Camelô procura cliente que pagou balas de R$ 2 com nota de R$ 100 para devolver troco
Camelô procura cliente que pagou balas de R$ 2 com nota de R$ 100 para devolver troco

Na última quarta-feira (10), o camelô Phellipe Guimarães, de 27 anos, foi vender doces dentro dos ônibus municipais da Zona Norte do Rio, quando uma cliente lhe deu uma nota de R$ 100 por um pacote de balas que custa R$ 2. Sem perceber a confusão, o jovem acredita que ela se enganou.

Para corrigir o erro, ele se mobiliza nas redes sociais para encontrá-la e devolver o troco.

“Uma senhora pediu dois doces e me entregou a nota dobrada, que, por ser azul, parecia ser de R$ 2. Eu joguei dentro da bolsa. Quando fui contar o dinheiro, percebi que na verdade ela era de R$ 100. Desde então, tento localizar essa senhora para devolver”, conta Phellipe.

O vendedor acredita que o erro foi um sinal de Deus naquele momento. Dois dias antes, ele foi assaltado na rua onde mora e perdeu o celular e R$ 420, que usaria para pagar a mensalidade da escola de seu filho, Davi, de 6 anos.

Durante a emergência, ele usou um dinheiro guardado e completou a quantia com os R$ 100. Mas, já recuperou o valor para devolvê-lo.

“O meu pai me ensinou a ser honesto em todos os momentos e ocasiões da minha vida. Sempre tive valores do bem. Já recebi troco errado outras vezes e devolvi. É uma atitude que deveria ser considerada normal, de todos. Acho que falta empatia às pessoas”, detalha.

O ambulante a descreve como uma senhora branca, com cabelos ruivos e com uma tatuagem de borboleta na mão. Ela carregava uma bolsa com estampa de onça. No dia do ocorrido, ele tentou ir atrás do ônibus, mas não a encontrou.

Phellipe trabalhava como soldador de estaleiros e perdeu o emprego em 2017. No fim daquele ano, começou a vender sacolés durante o verão. Mas, depois partiu para doces.

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Hoje, ele percorre as ruas do Rio e também trabalha como chapeiro em um trailer de lanches durante a noite. “Tenho dois filhos pequenos para criar, e a minha mulher estava desempregada. Graças a Deus, há cerca de um mês, ela conseguiu um emprego administrativo em um hospital de Campo Grande. Antes disso, chegou a trabalhar comigo vendendo doces”.

Para Emanuelle, esposa de Phellipe, que emprestou o celular pra que ele fotografasse a nota e postasse no Facebook, a ideia não traria resultados. Após quase uma semana, a publicação já alcançou 5 mil compartilhamentos e quase 3 mil comentários.

Fonte: Extra Globo