
O Rio Grande do Sul enfrenta uma das maiores tragédias climáticas de sua história, com temporais que já impactaram cerca de um terço dos municípios do estado. As fortes chuvas, que começaram no início desta semana, resultaram em pelo menos 32 mortes confirmadas e 74 pessoas desaparecidas até agora, além de milhares de desabrigados, centenas de ilhados e inúmeros danos materiais.
O governador Eduardo Leite decretou estado de calamidade pública por 180 dias, enquanto a região tenta se recuperar e responder à crise. Esta sequência de eventos extremos ocorre apenas meses após as inundações de setembro de 2023, que deixaram 50 vítimas.
Destruição em escala ampliada
A Defesa Civil reporta que 235 dos 497 municípios gaúchos sofreram danos. Entre as áreas mais afetadas está o Vale do Taquari, onde o rio Taquari registrou o maior nível de sua história, alcançando 31,8 metros. Em contrapartida, o rio Guaíba, em Porto Alegre, está próximo de bater a marca histórica de 1941.
Um dos episódios mais críticos foi o rompimento parcial da barragem 14 de Julho, entre Cotiporã e Bento Gonçalves, que provocou uma onda de dois metros de altura, forçando evacuações emergenciais nas áreas rurais impactadas.
Apoio federal
Durante uma visita ao estado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu recursos para auxiliar na recuperação, embora detalhes específicos sobre as ações a serem implementadas ainda não tenham sido divulgados.
Quais as explicações para os temporais?
Os temporais dos últimos dias são atribuídos a uma rara combinação de uma frente fria com umidade vinda da Amazônia e uma onda de calor no Sudeste, que criou um bloqueio atmosférico, intensificando as chuvas.
A previsão até domingo (5) é de ventos fortes com rajadas acima dos 60 km/h. De acordo com o Inmet, haverá raios, granizo e chuvas que podem superar os 100 mm entre o norte do Rio Grande do Sul e o sul de Santa Catarina. O tempo deve ficar firme no começo da próxima semana. Com o fim das chuvas, as temperaturas devem sofrer forte alta no Rio Grande do Sul.