
Do lixo à biblioteca. O coletor Luciano Ferreira de Lima, de tanto encontrar livros jogados fora, passou a colecioná-los. Hoje, já são 200 unidades.
“Eu pensava ‘mas como que pode um livro descartado desse jeito?’. São livros excelentes, que eu sempre tive como muito importantes para a nossa educação e para o nosso país”, explicou o coletor de Sorocaba ao G1.
Algumas histórias, mesmo encontrados em meio ao lixo sujo, com reparos, também iam para a biblioteca.
“Eu limpava os livros, lia durante o trajeto no caminhão e depois guardava em casa. Comecei com um, dois, depois cinco, dez, até se transformar no que é hoje: mais de 200 livros na nossa biblioteca”, conta.
Vida
A leitura está na vida de Luciano desde pequeno, mas, aos 11 anos, por conta das drogas, ele largou os estudos. Passou a cometer roubos e furtos e na prisão, decidiu que mudaria de vida.
“Foi ali que eu resolvi mudar a minha história. A primeira coisa que eu queria fazer quando saísse era procurar uma escola. Eu sabia que, através da educação, eu poderia melhorar”, relembra.
Luciano concluiu os estudos em um curso supletivo na Escola Estadual João Clímaco Camargo Pires, em Sorocaba, e hoje, sonha em ser professor. Atualmente, ele faz faculdade de história.
“São essas situações que dão a esperança para a gente continuar e também para falar para os nossos colegas continuarem acreditando. Porque, quando a gente vê o Luciano, a gente percebe que deu certo. É como se ele falasse para a gente: ‘continuem'”, disse ao G1.
Além da faculdade, Luciano também compartilha sua história em escola para mostrar aos jovens de que é possível enfrentar os desafios.
“Não foi fácil. A vida não é fácil. A vida é difícil. A gente tem que fazer muito sacrifício para chegar aonde a gente quer chegar. Hoje, graças a Deus, eu tenho uma família maravilhosa e é para eles que eu procuro ser o melhor exemplo. Para os meus filhos terem orgulho do pai que têm”, conclui ele, hoje pais de dois filhos.
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