
No ano passado, enquanto passava pelo Largo do Cambuci, em São Paulo, a ativista Maria Fernanda Prado Orsini ‘flagrou’ um momento de puro amor e amizade entre um morador de rua e sua cachorrinha: eles estavam dormindo juntos, esquentando um ao outro. Encantada pela cena, Maria tirou uma foto.
No dia seguinte, pela manhã, voltou a encontrá-los no mesmo local, agora acordados. Foi até o morador de rua e mostrou a ele a fotografia. A partir daí, ela e o morador de rua, Ivanildo, viraram amigos.
O homem estava naquela situação por conta de um alcoolismo crônico, que drenou sua vida em família e seu trabalho. Durante a conversa, Ivanildo também contou que tinha sérios problemas na coluna e era completamente cego de um olho.
Sensibilizada por sua história e condição de vida, Maria começou a lanchar ao lado de Ivanildo e de Tullyy algumas vezes por semana.
Em um esforço contínuo para se manter sóbrio, o morador de rua confeccionava panelinhas e cinzeiros artesanais, feitos com latas de refrigerante, para vender na rua e tentar tirar algum sustento. Entre uma venda e outra, conseguia continuar subsistindo, ao mesmo tempo que alimentava sua cachorrinha.
Foi então que um morador das redondezas resolveu procurar a família de Ivanildo pela internet e os encontrou. Com sorte, eles ainda moravam em Olinda, Pernambuco. Uma irmã e um sobrinho vieram de surpresa ao encontro dele.
Estavam há mais de 30 anos sem notícias e sem saber o paradeiro do morador de rua. “Achavam que ele estava morto”, conta Maria Fernanda.
“Eles chegaram aqui no início do mês e conseguiram o dinheiro necessário para o retorno dos quatro – Tullyy incluída, é claro.”
Na última semana houve, então, a despedida. Maria Fernanda conversou com Ivanildo uma última vez e desejou-lhe sorte. Depois, Ivanildo embarcou rumo à Pernambuco, de avião.
A ativista publicou a história nas redes sociais:
Com informações do portal Razões Para Acreditar.