Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A combinação entre a grave crise financeira dos Correios e a greve de servidores em nove estados atingiu em cheio a operação logística da estatal neste fim de ano. O impacto é direto para os consumidores: milhares de presentes comprados com antecedência não chegaram a tempo para o Natal, gerando frustração às vésperas da ceia.

Dados obtidos pelo Jornal da Band revelam a dimensão do problema. Em janeiro, o índice de encomendas entregues dentro do prazo era de 97,7%. Já no início de dezembro, período crucial para o comércio, a taxa despencou para 76,6%, bem abaixo da meta de 96% estabelecida pela própria empresa.

Greve em nove estados agrava cenário logístico

A situação se agravou ainda mais com a greve dos servidores dos Correios, iniciada na última semana. A paralisação atinge nove estados, incluindo polos estratégicos como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

A categoria reivindica reajuste salarial e a manutenção de direitos adquiridos, o que impacta diretamente a capacidade operacional da estatal em um dos períodos mais movimentados do ano.

Rombo bilionário e tentativa de reestruturação

Além da paralisação, os Correios enfrentam um cenário financeiro delicado. A estimativa é de que o prejuízo acumulado chegue a R$ 10 bilhões até o fim do ano.

Para tentar conter o rombo e viabilizar uma reestruturação, o Governo Federal autorizou a estatal a contratar um empréstimo de R$ 12 bilhões, por meio de um consórcio formado por cinco bancos.

Para o consumidor, a recomendação é acompanhar o rastreamento com frequência e, quando possível, buscar canais oficiais de atendimento para registrar reclamações e protocolos.