
A Defensoria Pública da União (DPU) abriu um procedimento para investigar as denúncias de violência praticada por garimpeiros contra os Yanomami. Eles vivem na maior reserva indígenas do país, em Roraima, e uma das mais pressionadas por invasores.
A liderança, Júnior Hekurari, denunciou o estupro seguido de morte de uma menina de 12 anos, da comunidade Aracaçá, por garimpeiros.
Policiais federais foram até o local, mas não encontraram nenhuma testemunha do crime. Ainda de acordo com a liderança Yanomami, os garimpeiros subornaram com ouro e ameaçaram os indígenas. Desde então, indígenas e apoiadores de sua causa têm cobrado ações do governo em protestos nas redes sociais com a frase “cadê os Yanomami“.
“Nós estamos trabalhando em conjunto com as demais autoridades locais para os esclarecimentos dos fatos e proteção da comunidade indígena Yanomami”, afirmou a defensora pública federal Maria Pilar Prazeres de Almeida.
O procedimento é oficial e tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de Arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF). O objetivo é investigar se o governo brasileiro está deixando de cumprir sua obrigação de garantir a segurança e o isolamento das terras indígenas.
Com 9,6 milhões de hectares, a TI Yanomami abriga cerca de 27 mil indígenas e, segundo denúncias de lideranças indígenas, sofre a invasão de ao menos 25 mil garimpeiros.
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