Foto: Bruno Dias/Ubatã Notícias
Foto: Bruno Dias/Ubatã Notícias

Após as chuvas intensas na Bahia, o estado de São Paulo pode ser o próximo a sofrer com as tempestades. Um alerta enviado pela empresa de meteorologia Metsul, nesta terça-feira (28), diz que os volumes de precipitação devem ser muito altos em várias áreas do Sudeste.

Foram feitas projeções da Metsul em outros dois modelos para previsões do período de 15 dias, com sinalização de volumes de precipitação de 300 mm a 500 mm acumulados em localidades no Sudeste. Em Campos de Jordão, por exemplo, a média histórica é de 300 mm de chuva para o período inteiro de dezembro, então algumas cidades podem receber, em duas semanas, chuvas normalmente previstas para todo o mês. Tradicionalmente, é considerado que um acúmulo de 30 mm em uma hora resulta em enchentes, em centros urbanos, e o acúmulo de 100 a 120 mm em três dias, em áreas montanhosas, podem causar deslizamentos.

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Meteorologista do Metsul, Estael Sias diz que o Norte de São Paulo é a região mais preocupante no momento, além da região serrana do Rio, as regiões metropolitanas do Espírito Santo, além de porções de Goiás e Mato Grosso também demandam atenção. “Os resultados das projeções são preocupantes. Diante do cenário que já temos registrado, como na Bahia e norte de Minas, já há um ambiente de vulnerabilidade. Então o risco de transtornos no Sudeste é muito alto”, explicou Sias.

O meteorologista Marcelo Seluchi, coordenador-geral de Operações e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) explicou que a tragédia baiana foi deflagrada pela ZCAS, colossal canal de umidade trazida do mar que “estaciona” sobre determinadas áreas, causando chuva intensa e inundação por vários dias. Essa massa de umidade irá se deslocar para o Sudeste e o Sul, o que motiva as previsões de chuvas. “A ZCAS se espalhou pela Bahia, o que é totalmente fora do normal, e despejou aguaceiros numa região cerca de 1.000 quilômetros ao norte da que costuma ocorrer (o Sudeste). E esse fenômeno, que por si só já seria raro, aconteceu duas vezes no mesmo mês” disse Seluchi.