
Filho do presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro em função do Caso Queiroz, ou processo pelas “rachadinhas”. A denúncia é por lavagem de dinheiro, peculado e organização criminosa.
Essa denúncia foi apresentada no dia 19 de outubro, mas o desembargador relator estava de férias. Assim, a denúncia foi redistribuída e chegou a ele nesta terça-feira (3).
Ele e Fabrício Queiroz, ex-assessor, são ambos suspeitos de comandar um suposto esquema de repasses ilegais de salários de funcionários do gabinete de Flávio, na época em que era deputado estadual da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Além disso, mais 15 pessoas foram denunciadas por participares das práticas na organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita. Esses crimes teriam sido cometidos entre 2007 e 2018. Caso a Justiça acate a denúncia do Ministério Público, Flávio Bolsonaro e seus ex-assessores se tornarão réus. O caso está em “super sigilo”.
Esquema de “Rachadinhas”
Desde julho de 2018, o filho do presidente da República é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, suspeito de atos ilícitos. Foram identificadas “movimentações financeiras atípicas” de 75 assessores ou ex-assessores de alguns deputados do estado. Fabrício Queiroz, que era assessor de Flávio na época em que este era deputado, teria movimentado R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Essa quantia, de acordo com a investigação, era incompatível com sua renda.
Logo que as denúncias virem a público, Fabrício disse em uma entrevista ao SBT que parte do valor movimentado era de negócios como compra e venda de carros.
“Eu sou um cara de negócios. Eu faço dinheiro, compro, revendo, compro, revendo, compro carro, revendo carro… Sempre fui assim, gosto muito de comprar carro de seguradora, na minha época lá atrás, comprava um carrinho, mandava arrumar, revendia, tenho uma segurança”, declarou.
A suspeita do MP é que Flávio mandava no esquema de “rachadinha”, que era efetuada por Queiroz. Dessa forma, o então assessor recolhia grande parte dos salários dos colegas do gabinete e repassava para o deputado.
Nota de defesa
Em uma nota oficial divulgada para defesa, é dito que a denúncia do Ministério Público não tem provas e é uma “crônica macabra”.
“A denúncia já era esperada, mas não se sustenta. Dentre vícios processuais e erros de narrativa e matemáticos, a tese acusatória forjada contra o Senador Bolsonaro se mostra inviável, porque desprovida de qualquer indício de prova. Não passa de uma crônica macabra e mal engendrada. Acreditamos que sequer será recebida pelo Órgão Especial. Todos os defeitos de forma e de fundo da denúncia serão pontuados e rebatidos em documento próprio, a ser protocolizado tão logo a defesa seja notificada para tanto.”
Através do Instagram, Flávio Bolsonaro listou os “erros bizarros” do MP-RJ e disse acreditar que a denúncia não será aceita no Tribunal de Justiça do Rio.
“Não cometi nenhuma ilegalidade. O MP do Rio comete série de erros bizarros em sua ‘denúncia’, às vésperas das eleições municipais: quebra ilegal de sigilos e sem nenhum fundamento (pessoa que trabalhou 3 meses teve sigilo quebrado por 12 anos), “fishing expedition”, uso do COAF como ‘órgão investigador, informalidade nas trocas de informações entre órgãos públicos, cálculo errado de evolução patrimonial, acusações mentirosas contra pessoas que trabalhavam, suspeita de uso de “senhas invisíveis” por criminosos dentro da Receita Federal para distorcer informações fiscais, sem falar no juízo incompetentemente que promoveu todas essas atrocidades e mais algumas”, descreveu.
 
					 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		