
Em uma coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (10), o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, junto ao comandante do Exército, Tomás Paiva, atualizaram as informações sobre a “Operação Taquari 2”. Esta operação, dedicada ao resgate e contenção dos efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul, foi descrita pelos líderes como um verdadeiro “esforço de guerra”. “Isso é uma operação de guerra e nós estamos empenhados e solidários com o povo do Rio Grande do Sul e, se Deus quiser, vamos vencê-la”, enfatizou o ministro José Múcio.
Detalhes do contingente envolvido
Mais de 20 mil militares das Forças Armadas estão diretamente envolvidos na operação, com uma presença significativa do Exército. “É um esforço efetivo de guerra, nunca antes feito, que exige uma coordenação muito grande. Em todos os níveis, é uma resposta à altura do tamanho do estrago que esse desastre natural acarretou”, afirmou Tomás Paiva, que está em Porto Alegre supervisionando as tropas.
Impacto e extensão do desastre
As chuvas e enchentes afetaram um total de 435 municípios gaúchos. Atualmente, há 69,6 mil pessoas em mais de 500 abrigos, enquanto 337.116 encontram-se desalojadas, hospedando-se com amigos ou familiares. Além disso, o desastre já contabiliza 756 feridos, 146 desaparecidos e 113 vítimas fatais.
Recordes em operações aéreas
O tenente-brigadeiro do ar Marcelo Damasceno, comandante da Aeronáutica, destacou o intenso trabalho realizado pelas forças aéreas. “Nós fizemos, até agora, e quando eu falo nós, somos todos nós, as forças [militares], as forças auxiliares, a marca de 2.167 resgates aéreos. Nunca na história desse país se imaginou uma operação que pudesse, em tão curto espaço, em uma área pequena, como é um estado, porque as operações às vezes são [em áreas] maiores, fazer mais de 2.167 resgates aéreos”, explicou Damasceno. Além disso, foram realizadas 53 evacuações médicas de emergência em UTIs aéreas.
Suporte logístico e distribuição de doações
A Força Aérea Brasileira (FAB) também atuou como principal responsável pela logística de entrega de doações, tendo arrecadado 1.749 toneladas de doações. Até o momento, 132 toneladas já foram entregues, com a promessa de continuidade dessas entregas enquanto durar a operação.
Apoio da Marinha com o navio de guerra
O maior navio de guerra da América Latina, o Atlântico, partiu do Rio de Janeiro com destino ao litoral do Rio Grande do Sul. Este navio está equipado com oito embarcações de médio e pequeno porte e duas estações móveis para tratamento de água, essenciais devido ao desabastecimento em várias cidades. “O Atlântico tem o segundo maior complexo médico a bordo de um navio da Marinha, equipado com raio-x, cirurgia, consultório odontológico, enfermaria, laboratório e uma UTI com dois leitos”, detalhou o comando da Marinha.
Desinformação e a luta contra as fake news
Durante a coletiva, o ministro da Defesa também destacou o desafio enfrentado pelas Forças Armadas devido à disseminação de notícias falsas. “Estamos sendo vítimas, principalmente as Forças Armadas, de fake news, enquanto estamos lutando para salvar vidas, essas pessoas estão pensando em eleições, em votos, em agredir as pessoas. Esse movimento não tem nada a ver com partido, com ideologia”, declarou José Múcio. A Polícia Federal e a Advocacia Geral da União foram acionadas para identificar e processar os responsáveis pela propagação de informações falsas.
Com informações da Agência Brasil