Guarda com família durante homenagem em Santos
Homenagem foi marcada por muita emoção dos agentes e suas famílias. (Foto: Prefeitura de Santos)

Os guardas municipais Cícero Hilário, de 36 anos, e Roberto Guilhermino, de 41, que foram ofendidos pelo desembargador Eduardo Siqueira, em Santos, receberam homenagens por suas condutas exemplares na segunda-feira (20).

Eduardo Siqueira caminhava em uma faixa da praia sem máscara, item de proteção obrigatório em todo o país, contra o coronavírus. Ele foi parado pelos agentes, mas rejeitou a orientação para que colocasse o acessório. Depois que soube que seria multado, passou a humilhar os guardas do município, os chamando de ‘analfabetos’ e dizendo que jogaria a multa na ‘cara’ deles, se houvesse notificação.

A reação dos guardas municipais ao desrespeito foi reconhecida pelo prefeito da cidade, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).

A homenagem contou com a presença da família dos guardas e foi marcada por muita emoção. O Secretário de Segurança Pública do município, Sérgio Del Bel, também participou do evento.

“Fico muito contente pelo reconhecimento ao nosso trabalho. Essa medalha se estende a todos os membros da corporação da Guarda Municipal e para todas as guardas do Brasil. Eu tenho muito orgulho de fazer parte dessa corporação e esse reconhecimento tá sendo muito gratificante”, disse Hilário em entrevista à TV Tribuna.

“Foi um momento delicado, uma abordagem que a gente se deparou com um cidadão com bastante hostilidade, mas mantemos a calma. É um trabalho de uma vida, eu estou há 18 anos na corporação. O Hilário há nove anos, quase completando 10, então temos que manter nossa conduta. Eu estava fazendo as imagens, mas tinha certeza que o Hilário conduziria a ocorrência da forma que conduziu”, relatou o GCM, Roberto Guilhermino.

Também acompanharam a homenagem integrantes do comando da Guarda Civil Municipal.

O que diz o desembargador

Depois da repercussão do vídeo, o desembargador Eduardo Siqueira publicou uma nota, dizendo que o vídeo é verdadeiro mas foi tirado de contexto.

Siqueira explica que “decreto não é lei” e que, por isso, entende que a máscara não é item obrigatório; ele acrescentou que qualquer norma que diga o contrário é “absolutamente inconstitucional”.

Também disse que essa não é a primeira vez que agentes da Guarda Civil Municipal o abordam de modo agressivo e o ameaçam de prisão, justificando a exaltação.

“Infelizmente, perseguido desde então, ontem, acabei sendo vítima de uma verdadeira armação”, completa.

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Com informações do G1.