Horário de Verão
Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil

O Governo Federal decidiu que o horário de verão não será retomado em 2024. A decisão foi anunciada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que afirmou que o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) recomendou o retorno da medida, mas que se as condições de chuvas e reservatórios melhoraram, seria dispensada a necessidade imediata de adiantamento dos relógios.

Impactos do horário de verão

O ministro também ressaltou que o horário de verão é uma medida importante e não deve ser analisada apenas sob um ponto de vista dogmático ou político. Ele destacou que a política tem impactos tanto positivos quanto negativos para o setor elétrico e a economia, devendo ser avaliada de forma criteriosa.

Outro ponto relevante para o adiamento da medida é o pouco tempo disponível para que setores importantes, como o da aviação, pudessem ajustar suas operações caso o horário de verão fosse adotado ainda este ano. Tradicionalmente, a medida vigora entre outubro e fevereiro, mas, para 2024, só poderia ser implementada em novembro, comprometendo o benefício máximo da medida, que costuma ocorrer entre outubro e meados de dezembro.

Além disso, durante o início da noite, a geração de energia solar cai, enquanto a eólica aumenta durante a madrugada devido aos ventos mais intensos. No entanto, existe um pico de consumo no intervalo entre a redução da geração solar e o aumento da eólica, que precisa ser compensado por hidrelétricas ou termelétricas.

A adoção do horário de verão ajuda a deslocar esse pico de consumo para horários em que há maior disponibilidade de energia solar, diminuindo a necessidade de acionamento das usinas termelétricas e aliviando a pressão sobre os reservatórios das hidrelétricas, especialmente em períodos de seca.

Revogação de decreto

Para que o horário de verão seja retomado, será necessário revogar o decreto de 2019, que suspendeu a política. A medida já estava sendo discutida durante o governo de Michel Temer, que questionou sua eficácia devido às mudanças no padrão de consumo e aos avanços tecnológicos.

Mesmo durante a crise hídrica de 2021, a suspensão do horário de verão foi mantida, apesar de o governo na época ter solicitado uma avaliação ao ONS sobre a possibilidade de retomada da medida.

[tdj-leia-tambem]