Foto: Thiago Teixeira/Estadão Conteúdo
Foto: Thiago Teixeira/Estadão Conteúdo

O Brasil teve queda no índice de concentração e desigualdade de renda em 2020, após dois anos em alta, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nesta sexta-feira (19). A crise provocada pela pandemia de coronavírus, com a redução do número de ocupados, e o auxílio emergencial influenciaram no resultado.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua– Rendimento de Todas as Fontes 2020 (Pnad Contínua), o índice de Gini do rendimento médio mensal real habitualmente recebido de todos os trabalhos foi de 0,500 no ano passado, abaixo do estimado em 2018 e 2019 (0,506). Desenvolvido pelo matemático italiano Conrado Gini, o índice de Gini mede distribuição, concentração e desigualdade econômica em determinado grupo. O indicador varia de 0 (perfeita igualdade) a 1 (máxima concentração e desigualdade).

[tdj-leia-tambem]

Já o índice de Gini do rendimento domiciliar per capita se reduziu 0,020 entre 2019 e 2020, fechando em 0,524. A Região Nordeste se manteve com o maior índice de Gini em 2020 (0,526), enquanto que a Região Sul apresentou o menor índice (0,457). Entre 2019 e 2020, a desigualdade medida pelo Gini se reduziu em todas as grandes regiões, principalmente no Norte e no Nordeste, regiões onde o recebimento do auxílio emergencial atingiu maior proporção de domicílios.

Segundo o IBGE, a redução do contingente de ocupados, principalmente os mais vulneráveis, como trabalhadores por conta própria, domésticos e empregados sem carteira, pode ter tornado a distribuição de rendimento do trabalho um pouco menos desigual.

De 2019 para 2020, apenas a Região Nordeste apresentou variação positiva do índice de Gini do trabalho, passando de 0,528 para 0,532. As regiões Norte e Sul apresentaram as maiores reduções no índice (queda de 0,011 e 0,012, respectivamente).