O IBGE apontou que 24% da população tem algum tipo de deficiência. (Foto: jcomp)
O IBGE apontou que 24% da população tem algum tipo de deficiência. (Foto: jcomp)

O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência (PCD), celebrado neste sábado (21), é mais uma oportunidade para o debate da inclusão social e acessibilidade da PCD.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou no seu Censo 2010, que 24% da população – quase 46 milhões de brasileiros, declararam ter algum tipo de deficiência mental/intelectual ou algum grau de dificuldade em enxergar, ouvir, caminhar ou subir degraus. 12,5 milhões de pessoas afirmaram ter extrema dificuldade ou deficiência severa.

Para Damião Silva, jundiaiense, professor universitário e coordenador de inclusão da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a USP, não há o que questionar quanto às conquistas já obtidas, mas muitas dessas pessoas que apareceram no Censo 2010, ainda sofrem com preconceitos e com a falta de acessibilidade. Ele afirma que a discriminação, por exemplo, é uma grande barreira que impede que o indivíduo consiga um emprego ou continue com os estudos. “A acessibilidade também cria empecilhos. Além de dificultar a locomoção, por diversas vezes, a falta da inclusão da PCD também limita a comunicação e o direito à informação”, explica.

Damião Silva é professor universitário e coordenador de inclusão da Faculdade de Medicina da USP. (Foto: Damião Silva/Arquivo pessoal)

Embora o Brasil tenha uma das melhores legislações do mundo, para o professor e coordenador, o país ainda carece de políticas que assegurem a inclusão social da PCD. Essa opinião é compartilhada por Denner Pereira, advogado e servidor público da Procuradoria do Estado do Paraná.

“Ocorreram avanços legais muito importantes nos últimos anos, mas entre criar a lei, e executá-la, na prática, ainda há um distanciamento”, afirma Denner.

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Para ele, três aspectos são prioridade para seguir desenhando a inclusão da pessoa com deficiência no Brasil. Conscientização: é preciso esclarecer que ninguém é deficiente por escolha e que direitos precisam ser garantidos. Comprometimento: não basta ter consciência, a sociedade precisa atuar em todas as esferas, sejam políticas, de saúde, educação e na própria família. Garantia mínima de autonomia: ações devem ser tomadas para trazer acessibilidade, isto é, que aquilo que a pessoa deseja fazer simplesmente seja feito, não sendo sua condição uma barreira.

Autismo e inclusão

Damião Silva e Denner Pereira vêm a Jundiaí no dia 12 de outubro para tratar, especificamente, da inclusão e outras questões sobre o direito da pessoa com autismo.

O “Seminário TEA: olhares e reflexões” traz, ao todo, cinco especialistas de todo o Brasil para levar mais informações sobre o autismo. O evento é indicado a pais e familiares, profissionais de saúde e educação, e estudantes universitários.

As inscrições podem ser realizadas pelo WhatsApp (53) 9919-0930 ou através do https://bit.ly/2PiHohO.