
Construída com tecidos, lonas e pedaços de madeira encontrados em um lixão, a escolinha Alegria de Saber, do interior do Tocantins, tem, há 10 anos, ajudado crianças carentes da região com aulas de reforço.
A escolinha é um esforço de Carlos André da Silva, de 21 anos, de voluntários e da sua própria família. As instalações improvadas são montadas em uma parte do terreno da casa da tia, que cede o banheiro para os estudantes. A merenda é preparada pela mãe, que compra a comida a partir da venda de latinhas de alumínio, também encontradas no lixão.
“Eu sei que se não tivesse o lanche, as crianças não iriam vir à escola, elas precisam comer”, fala o jovem Carlos, que começou com o projeto quando tinha apenas 11 anos de idade. “Tudo que as pessoas descartam serve de construção para a minha escolinha, inclusive livros e cadernos para auxiliar nas aulas”, completou, em entrevista à TV local.
A escola é dividida em quatro salas de aulas, biblioteca, diretoria e sala de recursos. As carteiras, todas doadas por amigos e voluntários, deixam o espaço mais receptivo às crianças. São pelos 60 meninos e meninas que recebem esforço escolar com a ajuda de professores mirins, voluntários e pais de alunos.
Família carente
Os estudantes são carentes, mas tampouco, Carlos se distancia dessa realidade.
Domingos Costas, pai do jovem, é lavrador e trabalha vendendo buritis, fruta típica do cerrado. “Não tenho trabalho fixo. Por mês dá uns 60, 70 reais”, afirma o homem, que sustenta as nove pessoas da casa.
“Fico feliz por conta que ele está tirando as crianças da rua. Tenho orgulho de ser o pai dele”, completa.
Sonho
O jovem, cujo objetivo é ser professor, tem o sonho de manter o projeto em uma estrutura que não vá embora com a chuva. Todas as vezes que a água castiga a região, a escola se desmancha e é preciso começar do zero.
Para ajudar Carlos a realizar seu sonho, o Razões para Acreditar criou uma vaquinha online.
Assim, a chuva, que já não destrói os planos de Carlos, não mais vai atrapalhar.
“A chuva destrói a estrutura, mas não o desejo de ensinar”, conclui.
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