Pessoas caminhando em calçada urbana; um homem de mochila amarela em destaque; outro agachado, concentrado no celular.
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Número de jovens que não estudam nem trabalham dispara no último ano. De acordo com levantamento do Ministério do Trabalho, o Brasil tem 5,4 milhões de jovens entre 14 e 24 anos nessa situação, um aumento de 35% em relação ao primeiro trimestre de 2023.

Na soma com os desocupados (3,2 milhões), que são aqueles que não estudam e nem trabalham, mas estão à procura de emprego, os chamados jovens “nem-nem” são 8,6 milhões no Brasil atualmente.

A maioria dos jovens “nem-nem” no Brasil são mulheres (60%) – a maioria com filhos pequenos – e pretos ou pardos (68%).

Segundo a subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho, Paula Montagner, entre os fatores que contribuem para essa realidade estão o impacto da pandemia de Covid-19 e o trabalho de cuidado exercido pelas mulheres.

“Muitas mulheres ficaram um tempo fora do mercado na pandemia e encontraram outras alternativas. Muitas até anteciparam a gravidez. Elas cuidam de parentes, têm atividades que são socialmente valorizadas, mas não estão no mundo do trabalho”, afirmou, em entrevista ao g1.

A taxa de participação dos jovens no mercado de trabalho ainda não atingiu o patamar pré-pandemia (52,7% em 2019), ficando em 50,5% no primeiro trimestre de 2024.

O índice representa jovens ocupados e desocupados, que estão à procura de emprego no Brasil. Quem não entra nas estatísticas são aqueles que estão fora do mercado, por realizarem outras atividades, como trabalhos de cuidado ou só estudarem.

Informalidade predomina

Dos 14 milhões de jovens ocupados nessa faixa etária no Brasil, 45% (6,3 milhões) trabalham na informalidade. As ocupações mais frequentes são de baixa qualificação e remuneração, como trabalhadores de controle de estoque, vendedores de loja, repositores de prateleiras e caixas.

Jovens aprendizes e estagiários em alta no Brasil

Além disso, o estudo mostra que o número de aprendizes dobrou entre 2011 e 2024, chegando a 602 mil. Entre eles, 59% não concluíram o ensino médio. Já os estagiários aumentaram 37% no último ano, totalizando 877 mil. Mais da metade (51%) atua em empresas privadas, mas há presença significativa no setor público (40%).

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