
O litoral de São Paulo, especialmente a região da Baixada Santista, enfrenta um aumento significativo nos casos de virose após as festas de final de ano e tem gerado preocupação entre turistas e moradores, que relatam hospitais lotados, falta de remédios e sintomas como vômito, dor abdominal e diarreia. A situação tem levado as autoridades locais a adotar medidas emergenciais.
Impacto na Praia Grande
De acordo com o prefeito Alberto Mourão, da Praia Grande, aproximadamente sete mil pessoas foram atendidas nos três prontos-socorros da cidade em um período de 48 horas, representando um aumento de 40% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A Secretaria de Saúde Pública (Sesap) confirmou que as unidades de saúde têm registrado alta frequência de casos de virose, atribuída ao grande fluxo de turistas, que alcançou cerca de 2 milhões de pessoas na virada do ano.
Embora os casos ainda não sejam considerados surto, a Secretaria afirmou que segue os protocolos do Ministério da Saúde, que não exige notificações de casos individuais de virose.
Situação em Santos e outras cidades
Em Santos, os atendimentos relacionados a virose aumentaram nas unidades de pronto-atendimento (UPAs). Os dados indicam 2.147 casos em novembro, 2.264 em dezembro e 273 nos dois primeiros dias de 2025.
Segundo a prefeitura, o aumento está associado a fatores como aglomerações, alimentos de origem desconhecida e enchentes provocadas pelas chuvas de verão. A Ecovias estima que 3,6 milhões de veículos passarão pela região até o fim de fevereiro, intensificando a pressão sobre o sistema de saúde.
Em São Vicente, o volume de atendimentos também cresceu, passando de 1.657 em novembro para 1.754 em dezembro. No Guarujá, medidas como reforço no quadro de profissionais de saúde ajudaram a reduzir o tempo de espera nos atendimentos, que caiu de quatro para duas horas em uma das UPAs.
A prefeitura investiga se vazamentos e ligações clandestinas de esgoto podem estar relacionados ao aumento de casos de gastroenterocolite aguda (GECA).
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Características da virose
As viroses são causadas por vírus, como adenovírus e rotavírus, e afetam principalmente o trato gastrointestinal. Os sintomas incluem diarreia, febre, vômito, enjoo, falta de apetite, dores musculares e abdominais, além de tosse. O tratamento principal é a hidratação, acompanhada de repouso e uma dieta leve.
“Para reduzir os sintomas, é fundamental hidratar-se, evitar alimentos gordurosos, laticínios e bebidas como café e refrigerantes. Em casos de sintomas persistentes por mais de 12 horas, é importante procurar atendimento médico”, orientou Marco Chacon, coordenador da Vigilância Sanitária do Guarujá.
Prevenção e monitoramento no litoral de São Paulo
Entre as principais medidas de prevenção estão a higiene das mãos, consumo de alimentos adequados e evitar água ou alimentos de procedência duvidosa. Também é essencial verificar a qualidade do mar antes de se banhar, consultando o site da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) ou observando as bandeiras de sinalização das praias.
Atualmente, 38 das 175 praias monitoradas pela Cetesb estão impróprias para banho, incluindo as praias Aviação, Vila Tupi e Vila Mirim, em Praia Grande, e Perequê e Enseada, no Guarujá. Em Santos, as praias da Ponta da Praia e do Boqueirão também são consideradas inadequadas.
O governo estadual orienta os municípios a realizarem investigações epidemiológicas e coleta de amostras para identificar o patógeno causador dos casos.
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