
Serena, de apenas quatro anos de idade, já tem uma grande história de superação. A garotinha nasceu com Síndrome do Intestino Curto, uma malformação ou ausência de parte do intestino delgado e com três dias de vida já passou pela primeira cirurgia. No total, Serena passou por oito cirurgias em um período de apenas seis meses.
As expectativas eram de que as intervenções pudessem reconstruir o intestino de Serena, mas o que aconteceu não foi o planejado. Depois de complicações, a menina ficou com apenas cinco centímetros do intestino delgado e metade do intestino grosso.
Como única alternativa, Serena se alimentava por meio de nutrição parenteral, diretamente na veia, mas utilizar este processo por um longo período pode acarretar em mais problemas os outros órgãos. Esperançosa, a mãe da menina, Priscila Carvalho, recorreu ao transplante de intestino.
O caminho até o procedimento
O procedimento era realizado no exterior e para isso a família de Serena criaram uma campanha para arrecadar recursos que possibilitariam a cirurgia da filha fora do Brasil. Priscila tentou entrar em contato com um cirurgião que já havia realizado transplantes com sucesso para pedir orientações, porém a resposta não foi a esperada. Em contrapartida, a família conseguiu falar com os cirurgiões João Seda e Paulo ChapChap, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e combinaram a cirurgia de transplante de Serena em alguns meses.
Serena entrou no cadastro do Sistema Nacional de Transplantes, mas a demora estava preocupando os médicos, que informaram Priscila da possibilidade da mãe fazer a doação para a cirurgia. Prontamente, Priscila iniciou o processo de exames e parou de fumar para poder seguir com o procedimento e ajudar a filha.
A tão esperada cirurgia
No dia 20 de fevereiro de 2019, aniversário de três anos de Serena, a cirurgia de transplante aconteceu no hospital paulista e depois de 12 horas o procedimento foi finalizado. Este foi o primeiro caso de transplante envolvendo um doador vivo no Brasil. Priscila doou um total de 1 m e 60 cm de intestino para a cirurgia de Serena.
Após cinco dias, Priscila receber alta e revezava com seu marido, Marcelo, nos cuidados da menina. Em casa, Serena já conseguia se alimentar oralmente.
Infelizmente, a página “Unidos pela Serena” no Facebook, administrada pela família, anunciou na segunda-feira (3) o falecimento da garotinha.
“Não sabia como vir aqui compartilhar com tantas pessoas que sempre acompanharam e torceram pra que nossa história tivesse um final feliz. Serena sempre floresceu dentro de todos nós, deixando uma marca tão profunda e avassaladora.
O que nos deixa grato é saber que em nenhum momento da passagem dela aqui na terra ela deixou de ser amada, sentimos que ela conseguiu deixar um pouquinho de Serena pra cada pessoa que passou por nós.
Não entendemos por que tinha que ser assim, não nos conformamos, mas deixamos ela ir, pra que agora tenha seu merecido descanso. Ela sempre quis viver e sempre nos mostrou a força que tinha, essa força sempre nos motivou a ser mais, sempre mais.”
A causa da morte não foi mencionada.
 
					 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		