Moradores de SP coletam água escura de chuva ontem
Moradores de SP coletam água escura de chuva ontem

Moradores da capital paulista e da Grande São Paulo coletaram água da chuva de cor escura após nebulosidade intensa que encobriu a cidade por volta das 15h da segunda-feira (19).

Uma análise preliminar do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) confirma a presença de uma substância marcadora de queimada na água da chuva coletada na capital.

A cor da chuva pode ter sido alterada pela presença de partículas de fumaça na atmosfera, segundo a meteorologista Beatriz Oyama, do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema).

Marcos Buckeridge, diretor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), diz que a fuligem proveniente das queimadas também pode conter substâncias tóxicas aos seres humanos.
“Se nós tivéssemos recebido a fumaça sobre a cidade, sem a presença de uma frente fria que trouxe chuva, isso poderia ter um efeito muito pior nas pessoas”, diz.

Dia virou noite

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), além da frente fria, a escuridão desta segunda também foi causada pela fumaça de queimadas na região amazônica.

“O material particulado, oriundo da fumaça produzida por esses incêndios silvestres de grande porte que estão acontecendo na Bolívia, conjugado com o ar frio e úmido que está no litoral de São Paulo, causou a escuridão”, diz Franco Vilela, meteorologista do Inmet.

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Além disso, a cidade ficou “dentro de uma nuvem” por causa da atuação de massas com temperaturas diferentes. “Isso acontece por conta dessa convergência de massas tão diferentes. A frente fria da capital, junto com as temperaturas amenas que vêm do oceano e do vento quente do interior, provocam essa turbulência e isso baixou o nível da nuvem,” diz Helena Balbino, meteorologista do Inmet.

Segundo o Climatempo, a fumaça proveniente de queimadas na região amazônica, nos estados do Acre e Rondônia e na Bolívia, chegou a São Paulo pela ação dos ventos. “A fumaça não veio de queimadas do estado de São Paulo, mas de queimadas muito densas e amplas que estão acontecendo há vários dias em Rondônia e na Bolívia. A frente fria mudou a direção dos ventos e transportou essa fumaça pra São Paulo”, diz Josélia Pegorim, meteorologista do Climatempo.

Com informações do G1.