Rosália e o filho, Rafael, que morreu em um acidente de carro em setembro de 2020, em Sorocaba.
Foto: Rosália Carbonari Fragetti/Arquivo pessoal

Ao decidir dar entrada no seguro DPVAT após a morte do filho de 19 anos, a empresária Rosália Carbonari Fragetti descobriu ter sido vítima de um golpe.

O acidente

No dia 6 de setembro, Rafael Carbonari Fragetti morreu em um acidente de carro na Rodovia Raposo Tavares, em Sorocaba. O jovem era estudante de uma universidade na cidade e trabalhava na farmácia da família. No momento do acidente, registrado por volta das 1h15, Rafael estava sozinho no veículo, que acabou batendo em uma defensa metálica e capotando.

“Moramos em um condomínio próximo à faculdade e o Rafa estava voltando para casa. O acidente foi a pouco menos de 300 metros da nossa casa. Como ninguém viu, não sabemos a causa, mas ocorreu bem na curva e acreditamos que ele perdeu o controle do carro, talvez por falta de experiência, pois ainda estava com a carta provisória”, lembra a empresária, de 42 anos.

Golpe

Alguns conhecidos alertaram Rosália sobre quadrilhas que apresentavam documentos falsos e pegavam o dinheiro do seguro em menos de 24 horas. Assim, um mês após o acidente, ela decidiu dar entrada no seguro DPVAT. Mas, infelizmente, já era tarde.

“Quando fui ao Correio central, único local autorizado a fazer esse serviço na cidade, me deparei com a fraude. Já havia um pedido de DPVAT em meu nome. Tive que mandar e-mail para a seguradora explicando o ocorrido e aguardar”, conta.

Depois de algumas semanas da solicitação, um auditor da empresa foi até a casa da empresária. A pessoa mostrou para ela dos documentos utilizadas para a abertura do processo de seguro. De acordo com ela, apresentaram atestado de óbito e boletim de ocorrência falsificados, além de documentos de identidade dela e do filho, com fotos de outras pessoas.
Dessa forma, o golpe foi confirmado e o pagamento que seria feito aos golpistas e que estava agendado para ser pago em 30 dias foi suspenso. A empresa alegou “falta de documentos” e o pedido foi cancelado. Com isso, Rosália foi orientada a solicitar uma nova indenização, que foi registrada no dia 11 de novembro. O pagamento ainda não foi realizado.
A Seguradora Líder informou que os responsáveis pelo golpe já foram identificados, e que estão em contato com a empresária para dar andamento ao processo. Além disso, garantiram que todas as solicitações são monitoradas continuamente, para que os casos suspeitos sejam identificados.

Estatísticas

Segundo a empresa, só em 2019 foram identificados 6.435 pedidos de indenização indevidos no Brasil. Destes pedidos, 75% se referem a cobertura de invalidez permanente, 16% de reembolso de despesas médicas e 9% de morte. Essa captação evitou um prejuízo de mais de R$ 43 milhões.

[tdj-leia-tambem]

Com informações do G1.