
O porteiro do condomínio Vivendas da Barra, lugar em que mora o presidente Jair Bolsonaro, disse à Polícia Federal na terça-feira (19) que lançou errado o registro de entrada de Elcio Queiroz, acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.
O funcionário disse, no novo depoimento, que ele se sentiu “pressionado”, por isso disse que a entrada de Elcio Queiroz foi autorizada por Bolsonaro. Questionado, ele disse que ninguém “o pressionou”, mas que se sentiu assim.
O depoimento dado pelo porteiro compõe o inquérito que foi aberto a partir de sua primeira fala, quando o funcionário afirmou que “Seu Jair” havia liberado a entrada do suspeito. Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública, foi quem solicitou a abertura da investigação. Para ele, o caso se tratava de uma “tentativa de envolvimento indevido” do nome de Bolsonaro.
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Entenda
Elcio Queiroz teria dado entrada no condomínio Vivendas da Barra em 14 de março de 2018 dirigindo um Renault Logan prata. Segundo reportagem da TV Globo, que exibiu o depoimento do porteiro, o suspeito de matar Marielle teria sido liberado pelo “Seu Jair”.
Foi provado que, no dia, o atual presidente estava na Câmara dos Deputados.
Segundo Moro, as “inconsistências” no depoimento do funcionário podem classificar o ato como “crimes de obstrução à Justiça, falso testemunho ou denunciação caluniosa”.
A Polícia Federal abriu o inquérito assim que recebeu o pedido protocolado por Aras. Agora, Raquel Dodge, procuradora-geral da República, quer que o caso seja analisado pelo Superior Tribunal de Justila (STJ), mas a federalização enfrenta resistência no Ministério Público do Rio, o qual comanda as investigações.