Em uma missão de três dias, a SpaceX vai enviar quatro pessoas ao espaço, nesta quarta-feira (15), e será a primeira que orbitará a Terra com tripulação totalmente civil. O evento irá marcar a entrada da empresa do bilionário Elon Musk na corrida do turismo espacial, que já contou com excursões de outros empresários que querem explorar esse mercado.

No mês de julho, Richard Branson fez um voo ao espaço de cerca de 20 minutos pela Virgin Galactic, enquanto Jeff Bezos ficou 10 minutos a bordo da nave da sua empresa Blue Origin. Essas viagens também foram realizadas com tripulantes civis, mas não chegaram até a órbita terrestre.

A missão da SpaceX é muito mais ambiciosa do que os voos da Virgin Galactic e da Blue Origin, que tinham escala suborbital, enviando suas tripulações ao espaço e de volta para a Terra em questão de minutos.

O voo da SpaceX é projetado para transportar seus quatro passageiros onde nenhuma tripulação civil jamais esteve: para a órbita terrestre. Lá, eles darão a volta ao globo uma vez a cada 90 minutos e a mais de 27.358 quilômetros por hora, ou aproximadamente 22 vezes a velocidade do som, segundo a Reuters. A altitude alvo é de 575 quilômetros, além das órbitas da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) ou mesmo do Telescópio Espacial Hubble.

O dono da empresa espacial, Elon Musk, não estará no voo – quem fará a viagem será Jared Isaacman, norte-americano fundador da empresa de comércio eletrônico Shift4 Payments. Ele levará outros três companheiros novatos em voos espaciais.

[tdj-leia-tambem]

O veículo está pronto para decolar do Kennedy Space Center da Nasa no topo de um dos foguetes reutilizáveis Falcon 9, com um lançamento com prazo de 24 horas que se inicia às 21h (horário de Brasília) da próxima quarta (15). A empresa de Elon Musk já transportou pelo menos dez astronautas para a ISS em nome da Nasa, mas essa será a primeira vez que viajarão astronautas não profissionais.

Uma missão bem-sucedida deve ajudar a inaugurar uma nova era de turismo espacial comercial, com várias empresas competindo por clientes ricos e dispostos a pagar uma pequena fortuna para experimentar a alegria do voo supersônico, a ausência de gravidade e o espetáculo visual do espaço.

Definir níveis aceitáveis de risco para o consumidor neste empreendimento perigoso de viagem espacial também é fundamental e levanta questões importantes.

“Você precisa ser tanto rico como corajoso para embarcar nesses voos agora?” disse Sridhar Tayur, professor de gestão de operações e novos modelos de negócios da Carnegie Mellon University em Pittsburgh, em entrevista à Reuters na última sexta (10).