
Esta intensa e grande onda de calor que se instalou sobre o Brasil nos últimos dias de setembro e no começo de outubro do 2020 bateu recordes históricos da primavera de 2014, quando o Brasil também teve uma excepcional onde de calor.
Dentro desta onda de calor, até o dia 2 de outubro de 2020, medições do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) já haviam revelado a quebra ou a equiparação de recordes históricos de calor em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo.
Em Jundiaí, a cidade atingiu os 40ºC nesta quarta-feira (30), a mais alta temperatura registrada na cidade desde o início das medições, em 1993, pelo Centro Integrado de Informações Agrometeorológicos (CIIAGRO). E não para por aí, nesta quinta-feira (1º), a máxima foi de 39,8º, ou seja, o município alcançou as duas maiores temperaturas na série histórica do CIIAGRO nesta semana.
Alerta
Fazer calor na primavera no Brasil, com temperaturas em torno dos 40°C, mesmo no começo da estação, não é novidade, especialmente nos estados do Centro-Oeste, do Norte e no interior do Nordeste.
Mas quando amplas áreas do país começam a registrar temperaturas entre 40°C e 44°C, por vários consecutivos, então temos uma situação atípica, especial e perigosa para a população que precisa ser alertada. O calor extremo agrava os problemas causados pela falta de chuva prolongada, que é comum no país durante o inverno.
Alguns exemplos de recordes de calor extremos observados no Brasil até o dia 2 de outubro de 2020.
Cuiabá (MT): 44°C em 30/9/2020 (maior temperatura desde dezembro de 1910 e entre as 10 temperaturas mais elevadas registradas pelo INMET no Brasil)
Água Clara (MS) 44,4°C em 1/10/2020 (recorde histórico e entre as entre as 10 temperaturas mais elevadas registradas pelo INMET no Brasil)
Coxim (MS): 44,1°C em 30/9/2020(recorde histórico e entre as entre as 10 temperaturas mais elevadas registradas pelo INMET no Brasil)
Corumbá (MS): 43,4°C em 1/10/2020 (segunda maior temperatura de sua história, abaixo apenas do recorde histórico de 43,8°C de 15/11/1962 e entre as entre as 10 temperaturas mais elevadas registradas pelo INMET no Brasil)
Goiânia (GO): 40,4°C (igualou o recorde recorde histórico ocorrido em 17/10/2015)
São Paulo (SP): 37,1°C nos dias 30/9/2020 e 1/10/2020 ( segunda maior temperatura na capital paulista desde 1943)
Lins (SP): 41,9°C em 30/9/2020
Jales (SP): 41,7°C em 30/9/2020
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Bloqueio de frentes frias
A maioria das frentes frias de agosto e de setembro de 2020 foram bloqueadas no extremo sul do Brasil. O ar frio de origem polar destas frentes frias foi desviado para alto-mar, sem conseguir penetrar pelo interior do país para se misturar com o ar quente e aliviar o calor.
Sem o ar polar, o ar quente foi se intensificando sobre o país mantendo as temperaturas muito elevadas e por vários dias.
Mas quando o calorão vai terminar?
Neste final de semana, dias 3 e 4 de outubro, a passagem de uma frente fria pelo Sul e pelo litoral da Região Sudeste irá causar queda da temperatura no Sul do Brasil, no sul e leste de São Paulo, no extremo sul de Minas Gerais e no estado do Rio de Janeiro. Mas o ar quente continua a predominar sobre ampla área do Brasil até por volta do dia 10 de outubro.
É a partir do dia 11 de outubro que se espera mudanças na circulação dos ventos sobre a América do Sul quebrando bloqueio que tem impedido a chegada de frentes frias ao interior do Brasil.
O mês de outubro segue quente, mas a partir do dia 11 ou 12 de outubro teremos o calor normal para esta época e não temperaturas extremas e em amplas áreas do país, como vem sendo observado desde o fim de setembro.
Além disso, há expectativa de pancadas de chuva durante a segunda quinzena de outubro de 2020 que vão ajudam a evitar o aquecimento extremo do ar.
Com informações do Climatempo.