Queimadas, que também causam seca extrema
Foto: Divulgação/CPFL

As cidades de Jundiaí e Campo Limpo Paulista, localizadas no interior de São Paulo, estão enfrentando uma seca extrema, que faz parte de um dos piores períodos de estiagem registrados no estado. A situação em Jundiaí e nos municípios vizinhos, como Campo Limpo Paulista, Itatiba, Itupeva, Jarinu e Várzea Paulista, é particularmente crítica, com o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) classificando a região sob condições de seca severa.

Impacto da seca extrema em outras regiões do interior paulista

Além de Jundiaí, Campo Limpo Paulista e Várzea Paulista, outras regiões do interior paulista, como Sorocaba, Bauru e São José do Rio Preto, também estão sofrendo com a falta de chuvas. Em Sorocaba, por exemplo, a seca é classificada como moderada, mas cidades próximas, como Alumínio e Mairinque, estão em situação de estiagem severa.

Na região de Rio Preto, em Pindorama, um homem foi preso e multado em mais de R$330 mil após provocar um incêndio em um canavial, agravando ainda mais a situação de seca severa.

A combinação desses fenômenos climáticos prolongados e sem trégua intensificou a seca em todo o Brasil, com graves consequências para o interior paulista. Na cidade de Fernandópolis, por exemplo, um incêndio devastou cerca de 15 mil hectares de mata nativa e canavial, destacando a gravidade da situação.

As regiões afetadas continuam sob monitoramento, enquanto autoridades buscam formas de mitigar os impactos dessa seca sem precedentes, que já é considerada a mais severa desde 1950.

Mapa seca extrema
Foto: Monitor de Secas

Dados gerais da seca no estado de São Paulo

A seca extrema afeta 641 dos 645 municípios do estado de São Paulo, abrangendo quase todo o território paulista. Segundo dados do Governo Federal e do Cemaden, as condições de seca no estado estão distribuídas da seguinte forma:

  • Seca severa: 238 municípios
  • Seca moderada: 192 municípios
  • Seca extrema: 184 municípios
  • Seca fraca: 27 municípios

Causas da seca prolongada no Brasil

A atual situação de seca extrema em São Paulo e outras partes do Brasil é resultado de uma combinação de fatores climáticos. Entre os principais fatores estão:

El Niño: O fenômeno, que aquece o Oceano Pacífico, elevou as temperaturas no país e alterou os padrões de chuva, especialmente no Norte do Brasil, onde a seca atingiu níveis recordes.

Bloqueios atmosféricos: Esperava-se que o El Niño terminasse e que a seca diminuísse em abril deste ano. No entanto, bloqueios atmosféricos impediram o avanço das frentes frias, resultando em chuvas abaixo da média em quase todo o país, com exceção do Rio Grande do Sul.

Aquecimento do Atlântico Tropical Norte: Nos últimos meses, o Oceano Atlântico Tropical Norte tem estado mais quente do que o normal, contribuindo para mudanças nos padrões de chuva e prolongando a seca que começou em 2023.

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