Assinatura do programa de transporte aéreo de órgãos
Foto: Governo do Estado de São Paulo

O Governo do Estado de São Paulo lançou o programa TransplantAR Aviação Solidária, uma iniciativa voltada para o transporte aéreo de órgãos destinados a transplantes. O projeto, gratuito, tem como objetivo otimizar a logística de captação de órgãos, oferecendo maior agilidade nos procedimentos, aumentando as chances de sucesso nas cirurgias e, consequentemente, salvando vidas.

O programa conta com o apoio do Instituto Brasileiro de Aviação (IBA), que coordenará o uso de aeronaves privadas para o transporte aéreo de órgãos. O governador Tarcísio de Freitas destacou a importância do programa durante o lançamento, afirmando que “não dá para pensar que esse gesto de amor que é realizar a doação de órgãos possa ser perdido por falta de logística”. Ele também ressaltou como as aeronaves podem alcançar áreas remotas e fazer a diferença no transporte rápido e eficaz de órgãos.

“Veja como a gente pode fazer a diferença com aeronaves que alcançam muitas vezes as pistas mais remotas e que podem, de fato, fazer esse transporte aéreo de órgãos. E o que a gente precisava era coordenar esse esforço, coordenar essa logística para que a gente não perca mais a oportunidade de salvar vidas.”

A assinatura do termo de parceria entre o governo e o IBA ocorreu no Palácio dos Bandeirantes e reuniu diversas autoridades, incluindo o secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva, e o secretário Nacional de Aviação Civil, Tomé Barros Monteiro Franca.

“Essa doação de horas de voos para ajudar na logística da captação de órgãos que o programa TransplantAR vai oferecer é uma atitude que nos faz cada vez mais crer no ser humano. Uma atitude solidária e de responsabilidade social. Uma atitude de amar ao próximo. Não tenho dúvida de que com esse programa nós vamos deixar nossa logística de captação e transporte aéreo de órgãos cada vez mais competente”, afirmou Paiva.

Reunião do programa de transporte aéreo de órgãos
Foto: Governo do Estado de São Paulo

Aeronaves privadas e voluntárias

O diferencial do TransplantAR é a utilização de aeronaves privadas que, muitas vezes, ficam paradas em hangares. O IBA será responsável por selecionar os proprietários dispostos a doar horas de voo para o programa. A operação dessas aeronaves, que incluem helicópteros, turboélices e jatos particulares, será totalmente voluntária e não acarretará custos ao governo.

Essas aeronaves são fundamentais por sua agilidade, especialmente no transporte aéreo de órgãos que têm um tempo limitado de viabilidade para transplantes. Corações e pulmões, por exemplo, precisam ser transplantados em até quatro horas, enquanto o fígado tem um prazo de até 12 horas. O uso de voos comerciais não seria suficiente para garantir esses prazos curtos.

Como funciona o programa de transporte aéreo de órgãos?

A Central de Transplantes do Estado de São Paulo será a responsável por acionar o IBA sempre que houver a necessidade de transporte aéreo de órgãos. Isso permitirá que equipes médicas se desloquem rapidamente até os locais onde os órgãos estão disponíveis, reduzindo a perda de órgãos devido a problemas logísticos. Segundo dados, entre 2013 e 2023, 965 transplantes potenciais deixaram de ser realizados por dificuldades no transporte.

A situação dos transplantes no estado de São Paulo

Atualmente, cerca de 23 mil pessoas aguardam na fila para transplante de órgãos ou tecidos no estado de São Paulo, que responde por 31% de todos os transplantes realizados no Brasil. Somente no primeiro semestre de 2023, foram realizados 5.077 transplantes no estado, incluindo transplantes de coração, fígado, pâncreas, pulmão, rins e córneas.

A Central de Transplantes de São Paulo também registrou um aumento de 5% no volume de transplantes de órgãos e tecidos em 2023, em comparação a 2022. Foram 8.176 transplantes realizados em 2022 e 8.597 no ano seguinte, mostrando a crescente demanda e a importância de uma logística eficiente para salvar vidas.

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