João Maia, ao centro, junto com Alexandre Munck e Francisco Della Mana, respectivamente o superintendente executivo e o presidente do Conselho da Fundação Dorina (foto: divulgação)
João Maia, ao centro, junto com Alexandre Munck e Francisco Della Mana, respectivamente o superintendente executivo e o presidente do Conselho da Fundação Dorina (foto: divulgação)

João Maia tem uma história de superação e resiliência, sendo um fotógrafo com baixa visão e embaixador institucional da Fundação Dorina Nowill para Cegos. Ele desembarca no Japão para os Jogos Paralímpicos de Tóquio, no dia 19 de agosto, para mostrar a cultura, acessibilidade, e os bastidores da competição. O piauiense de Bom Jesus, vai tirar fotos, gravar vídeos e fazer stories para as redes sociais da Fundação Dorina. As competições Paralímpicas e os bastidores dos jogos serão os principais conteúdos publicados por ele.

O trabalho da Fundação Dorina vai além de promover a inclusão de pessoas cegas ou com baixa visão. “Ter o João como embaixador institucional e representante nos Jogos Paralímpicos é comemorar também o trabalho realizado pela Fundação Dorina com o objetivo de promover a autonomia de pessoas cegas e com baixa visão”, comenta Francisco H. Della Manna, presidente da Fundação Dorina Nowill para Cegos.

“Desde a perda da minha visão, enfrentei uma longa jornada até aqui. E, a Fundação Dorina surgiu para me mostrar que existiam muitas possibilidades para a minha história. Por lá, conheci e utilizei os serviços de habilitação e reabilitação, e com o tempo adquiri mais autonomia. Hoje, sou um fotógrafo, mesmo com a ausência de um sentido que eu acreditava ser essencial para exercer essa profissão”, conta João Maia, embaixador institucional da Fundação Dorina Nowill para Cegos.

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João Maia perdeu a visão aos 28 anos, devido a uma uveíte bilateral. Na Fundação Dorina, João encontrou apoio para conviver com a nova realidade, com tratamento gratuito adequado. A perseverança no sonho de ser fotógrafo foi além do imaginado. Em 2016, o profissional conseguiu atingir um grande marco para a carreira, com a cobertura dos Jogos Paralímpicos, no Rio de Janeiro. As imagens feitas por ele mostram diversas competiçõesde corrida de atletismo sobre rodas, ciclismo, judô, futebol, natação, entre outros.

“Naquele momento, eu não me considerei um herói por ser um fotógrafo com baixa visão, mas pude ter certeza da minha competência como um profissional qualificado e capaz. Não tenho dúvidas que cobrir os Jogos Paralímpicos, no Rio de Janeiro, foi um grande momento na minha vida. E, como diz o poeta Augusto Branco, a realização de todo feito extraordinário, consiste em ter um sonho e acreditar nele”, conta João Maia, embaixador institucional da Fundação Dorina Nowill para Cegos.

Para capturar as imagens, João utiliza a audição, tato, olfato, percepção de vultos e cores.