
Nos últimos meses, os estádios brasileiros foram palco de uma série de incidentes envolvendo violência e manifestações de racismo, reacendendo o alerta sobre a segurança e o respeito nos eventos esportivos.
Entre os episódios mais graves, está o caso de um torcedor do Corinthians que relatou gestos racistas de um adversário do Racing, na partida de ida da semifinal da Copa Sul-Americana, em 24 de outubro, na Neo Química Arena. O clube paulista repudiou o ocorrido, denunciou o ato nas redes sociais e prometeu buscar a identificação do infrator para levar o caso às autoridades.
Outro episódio ocorreu durante o clássico Gre-Nal, em 19 de outubro, no Estádio Beira-Rio. A Polícia Civil do Rio Grande do Sul iniciou uma investigação após denúncias de que torcedores do Internacional teriam realizado gestos racistas em direção aos torcedores do Grêmio. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Polícia do Combate à Intolerância (DPCI), com base em registros de testemunhas e das vítimas. Ambos os casos mostram a gravidade e a frequência com que esses episódios acontecem, prejudicando o ambiente esportivo.
O que tem sido feito?
No combate aos crimes de violência e discriminação, clubes e autoridades de segurança têm adotado tecnologias avançadas e medidas rigorosas.
Uma das ferramentas em expansão é a biometria facial, utilizada em estádios como o Allianz Parque, que permite identificar rapidamente indivíduos com histórico de comportamentos violentos e impedir sua entrada. Além disso, câmeras de alta resolução aliadas aos refletores para campo de futebol auxiliam na vigilância e no registro de atos criminosos, enquanto drones realizam o monitoramento aéreo, ampliando a visibilidade dentro e fora das arenas.
Clubes como o Palmeiras e o Botafogo já empregam esses recursos para coibir comportamentos inadequados. No Allianz Parque, o Palmeiras baniu um torcedor que realizou gestos ofensivos, usando as imagens capturadas para identificar o infrator e impedir seu acesso futuro.
Medidas como essas são fortalecidas pela Lei Geral do Esporte de 2023, que exige a implementação de biometria facial em estádios com capacidade superior a 20 mil pessoas até 2025, com o objetivo de barrar torcedores com histórico de violência.
Existe também o Programa Estádio Seguro, promovido pela CBF em parceria com o Ministério da Justiça, está levando essas tecnologias para mais estádios no Brasil. Combinando tecnologias modernas e a cooperação entre clubes e autoridades, o programa visa oferecer um ambiente seguro, garantindo que o futebol seja um espaço de respeito e inclusão para todos os torcedores.
A aplicação rigorosa das punições e a continuidade de campanhas educativas são passos fundamentais para que o futebol seja, de fato, um espaço de união e respeito.