joão dória

Foi solicitado ao secretário-geral da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Walter Feldman, na manhã desta terça-feira (1), pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que fossem encontradas alternativas para a realização da Copa América fora do estado. A medida foi requisitada menos de seis horas depois de Dória defender a realização de jogos da competição no estado.

Segundo o Palácio dos Bandeirantes, a decisão de Doria voltar atrás e vetar os jogos se deu após consulta aos membros do Centro de Contingência do Coronavírus do estado. “Os cientistas apontaram que neste momento a realização do torneio representaria uma má sinalização de arrefecimento no controle da transmissão do coronavírus, prioridade absoluta do Governo do Estado”, declarou em nota o Palácio dos Bandeirantes.

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“Comuniquei ao secretário-geral da CBF que SP não deverá sediar a Copa América. Após ampla consulta aos membros do Centro de Contingência concluímos que representaria uma má sinalização do arrefecimento no controle da transmissão do coronavírus. A prioridade é conter a pandemia” explicou o governador em uma rede social. Mais cedo, João Doria havia defendido a realização de jogos da Copa América no estado, já que outros campeonatos nacionais de futebol estão em andamento no estado.

Para Doria, era preciso haver “coerência” porque os jogos do campeonato paulista ocorreram no estado e há ainda as partidas do campeonato brasileiro, entre outras competições. Segundo o governador, os jogadores de países da América Latina são iguais aos jogadores brasileiros e não pode haver “criminalização” da Copa América.

“Se tivermos que ter o discurso coerente, temos que parar o futebol em São Paulo. Todos os torneios têm que parar. Agora, criminalizar especificamente a Copa América porque veio fruto de um entendimento com o negacionista de Brasília [Bolsonaro], nós perdemos o bom senso e análise que, obedecendo todos os protocolos rigorosamente, não há razão para não ter um torneio aqui em São Paulo”, afirmou.

Depois da desistência de Argentina e Colômbia, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) anunciou na manhã de segunda (31) que o Brasil vai sediar a competição entre os dias 11 de junho e 10 de julho. O ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, afirmou nesta terça (1) que as partidas da competição acontecerão em Mato Grosso, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Goiás, sem participação de público.