
A ‘gingoterapia’ movimenta a vida dos idosos da Comunidade Perus e bairros vizinhos, em São Paulo (SP). Pensada a partir dos movimentos da capoeira e sincronizada com danças e músicas populares ritmadas ao som do berimbau, a modalidade se tornou a nova sensação.
O criador desta modalidade foi Geraldo Sebastião Pinto Sobrinho, conhecido como Mestre Geraldinho, de 60 anos, que se dedica há 39 anos inteiramente à capoeira.
Em 2011, ao dar aulas de capoeiras como voluntário para um grupo de 15 idosos, numa Unidade Básica de Saúde (UBS) próxima a sua academia. Ele identificou dificuldades na turma em executar alguns movimentos, foi quando desenvolveu a alternativa.
A partir daí, as aulas atraíram dezenas de idosos. Hoje, são 300 alunos, divididos em 7 turmas. As aulas são realizadas de segunda à sexta na academia do mestre e em seis lugares diferentes cedidos por igrejas e núcleos voltados para a saúde do idoso.
Geraldinho cuida de duas turmas em sua academia, em Perus. Na Vila Piauí, a aula é realizada em um Núcleo de Convivência do Idoso (NCI), onde ocorrem outras atividades voltadas para o bem-estar dos idosos. “Descobriram a gingoterapia e me convidaram para fazer um trabalho com eles lá, uma vez por semana. São duas horas de aula”, conta.
A gingoterapia promove benefícios para saúde e também transforma vidas, como é o caso da aposentada Aparecida de Jesus Pacheco, de 67 anos. Há quatro anos, ela pratica a atividade em Perus. “Eu vivia de cara fechada. Quem me olhava, achava que eu sempre estava com raiva. Não sabia o que era ser feliz”, diz emocionada.
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Por conta de sua deficiência auditiva, que se agravou com os passar dos anos, ela quase não saía de casa. Amigos a incentivaram a entrar na gingoterapia para ela se relacionar com outras pessoas. Com a ajuda da leitura labial, ela acompanha as aulas e estabelece laços. “Eu comecei a ter as minhas amizades e a retribuir o carinho que as amizades precisam. Acho que formei minha segunda família”, comemora.
Igual na capoeira, os alunos passam por graduações. Cordões em forma de colares simbolizam o nível da prática. Para o futuro, o mestre quer que seu legado se expanda e, desde o ano passado, vem ministrando formações para professores e mestres de capoeira que desejam trabalhar com pessoas idosas.
Fonte: Razões para Acreditar