A manhã deste sábado (31) já começou bem, com a dupla Luisa Stefani e Laura Pigossi conquistando uma medalha histórica de bronze para o time brasileiro de tênis, durante as Olimpíadas de Tóquio. A vitória vem logo depois da convocação surpresa para a competição.
As meninas, que em geral não fazem dupla, mas se conhecem desde bem jovens, foram chamadas para competir nas Olimpíadas de Tóquio oito dias antes da estreia. Até esse momento, Laura nem sabia que tinha sido inscrita. “Soube antes dela, e ela estava dormindo e não acordava. Eu tentando ligar, ela não acordava, e eu tinha que jogar semifinal. E esse aqui (Eduardo Frick, gerente da Confederação Brasileira de Tênis) me ligando. Eu falava: ‘Não, vou jogar a semifinal e depois te ligo’. E ele falou ‘Não, é agora, é urgente'”, comentou Laura.
“Pensei que tivesse algum torneio novo no Brasil. Nem sabia que a gente estava inscrita, não sabia que ia ter chance de a gente entrar. Fiquei sem chão.”
Eduardo Frick inscreveu as duas na lista de espera da chave olímpica. Luisa é a 23ª do ranking mundial de duplas, e a melhor brasileira da lista. Na época da inscrição, Laura estava em 190º lugar, mas já era a segunda melhor do Brasil. Precisavam de muita sorte para que fossem selecionadas para Tóquio, mas o gerente da CBT quis arriscar e a sorte veio.
“Essa foi a inscrição feita no dia 22 de junho. E eu sabia que o último dia que a lista poderia ter uma alteração era 16 de julho. E foi o que ocorreu. No dia 16 de julho, a ITF me liga pela manhã e diz que, com as realocações, as meninas tinham entrado. Esse foi o grande “X” da questão. Teve uma dupla da Geórgia que reclamou. Elas tinham um ranking melhor que as meninas, mas não fizeram a inscrição. Paciência, nós que entramos e deu tudo certo”, explicou Frick.
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“Eu estava em casa, já tinha deixado para lá das Olimpíadas. Queria muito ir, mas era o último dia para se retirarem. A gente estava fora na lista, e eu já tinha aceitado, estava torcendo para os outros brasileiros. Só que a lista rodou”, Luisa, que mora nos Estados Unidos e, ao contrário de Laura, já sabia que havia sido inscrita para os Jogos.
“Foi um sentimento incrível. Uma das primeiras pessoas que eu liguei foi a Laura, e a gente estava gritando no telefone. E o resto é história”, disse a tenista.
Conquista histórica
No final, tudo deu certo e de última hora, Luisa e Laura ficaram com a vaga na chave de duplas femininas nas Olimpíadas. A cada etapa, as meninas colecionavam rivais derrotados e se garantiram na briga pelo pódio. Nas semifinais deram uma caída, mas reagiram rumo à medalha de bronze.
“É sempre uma honra jogar pelo Brasil, acho que a gente joga com alma e coração. Desde o começo estamos falando queremos levar essa medalha para o Brasil. E é não qualquer medalha, a gente quer a de ouro”, disse Laura.
As meninas passaram por candidatas ao ouro em Tóquio, como as americanas Bethanie Mattek-Sands e Jessica Pegula. Para chegarem à semifinal, precisaram de uma virada contra as rivais, depois de perderem o primeiro set por 6/1.