
Uma empresa que atua no desenvolvimento de sistemas aéreos para entregas de cargas leves e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) discutem sobre a possibilidade de delivery de alimentos por drones em Campinas (SP), que seria a primeira cidade brasileira a ter o serviço.
De acordo com reportagem do G1, a companhia é parceira do iFood, grupo que planeja usar o novo modal a partir de setembro, com o objetivo de reduzir o tempo de serviço, geralmente realizado entre 15 e 20 minutos, para dois minutos e meio.
“Esse é um projeto que vai gerar conhecimento. Vamos aprender em Campinas, para que possamos levar para outras cidades”, diz o diretor de logística do iFood, Roberto Gandolfo.
A empresa do ramo de entregas diz que o parceiro do projeto de pesquisa trabalha para aprimorar os equipamentos, de acordo com as regulamentações nacionais exigidas.
Ainda segundo reportagem do G1, a Anac confirmou que fez reuniões com a empresa SMX Systems/ Speedbird Aero, responsável pelo desenvolvimento do produto, a fim de esclarecer aspectos regulatórios de segurança.
Ao G1, a assessoria da agência alegou não ter recebido pedido formal de qualquer companhia para testes complexos (áreas habitadas, por exemplo), o que impede o prazo certo para início das entregas.
“Atualmente, a empresa pode realizar voos dentro do escopo permitido – em áreas segregadas e operações na linha de visada visual – sem a necessidade de autorizações técnicas ou formais”.
O Decea informou, por nota, que ainda não recebeu contato da empresa. Segundo site do departamento, o “uso irresponsável do espaço aéreo” pode infringir leis previstas no Código Penal, Código Civil, Código Brasileiro de Aeronáutica e Lei de Contravenções Penais.
Como vai funcionar?
Gandolfo explica que duas rotas na cidade estão previstas, uma dentro da área de um shopping, para levar pedidos da área dos restaurantes para uma central de distribuição, e outra para envio direto ao consumidor.
A segunda função, que não teve o destino confirmado, inclui levar o pedido até a porta do cliente. Para esse tipo de entrega, há dois empecilhos. Cada rota diferente precisa ser autorizada pelo Decea, e nem todo local serve para pouso da aeronave que, de acordo com o desenvolvedor, tem como ponto ideal para aterrissagem uma área com 5 metros de diâmetro.
“A ideia é realmente aprender. Além de ser um mercado que operamos há muitos anos, com uma densidade grande de pedidos, Campinas tem uma geografia que favorece”, completa o diretor.
Equipamento e capacidade
O drone desenvolvido para as entregas de alimento é 100% nacional, conta com 1,4 metro de diâmetro, seis motores, dois aparelhos de GPS, funciona com tecnologia 4G e tem até paraquedas para situações de emergência.
O dispositivo tem capacidade para levar até 2 quilos por viagem, e a caixa de transporte possui monitoramento de temperatura, com velocidade de 36 a 38 km/h.
O software para navegação e operação drone também foi desenvolvido pela empresa e, assim, todo o voo é realizado de forma automatizada, mas será acompanhado por um operador, para que possa intervir em caso necessário.
Fonte: G1