Dia do Meio Ambiente

No Sudeste, por exemplo, é comum o aumento das chuvas durante o verão e a queda desse volume nos meses mais frios. Disciplinar a vazão dessas águas é muito importante para evitar enchentes e para garantir que elas sejam destinadas corretamente.

Alguns reflexos pouco conhecidos das ligações clandestinas, que misturam as águas de chuvas ao esgoto ou vice-e-versa, são o aumento na poluição dos rios, o rompimento de tubulações e o retorno do esgoto para as casas.

Essa prática é proibida por lei, de acordo com o Decreto Estadual nº 8.468, de 08 de setembro de 1976. Ele estabelece que as empresas e residências devam direcionar separadamente águas pluviais de despejos sanitários ou industriais, impedindo a comunicação entre as redes coletoras. Seu objetivo é justamente evitar que ocorram os problemas citados anteriormente.

A gerente Ambiental, Social e de Governança (ESG) da Companhia Saneamento de Jundiaí (CSJ), Ana Paula Fernandes Abrahão explica que, por ser ilegal, esta prática é passível de punições. “Conectar a tubulação de água de chuva à rede de esgoto prejudica nossa capacidade em tratar o esgoto. Já chegamos a receber um volume seis vezes superior ao limite da ETE-Jundiaí. Isso sobrecarrega os equipamentos, levando-os à quebra e favorece a geração de odor no sistema, que pode persistir por alguns dias, uma vez que nosso tratamento é biológico e depende muito da ação das bactérias que tratam o esgoto”.

Gerente Ambiental, Social e de Governança (ESG) da CSJ, Ana Paula Fernandes Abrahão (Divulgação)

Segundo este Decreto, a pena para aqueles que não seguirem as normas exigidas é de advertência ou multa de um terço a três vezes o maior salário mínimo vigente no Estado ou interdição parcial ou total, temporária ou definitiva do estabelecimento ou atividade.

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Ela explica que as tubulações da cidade podem ser divididas em três grupos:

A água limpa, que vai das estações de tratamento de água até as casas das pessoas e indústrias;

A água pós-consumo, que é o esgoto. Ele sai das residências e das indústrias para as estações de tratamento de esgoto (ETEs);

A água de chuva que é recolhida das casas, indústrias e ruas da cidade. Esta é encaminhada direto para os rios, pois não precisa passar por tratamento.

Ana Paula explica que qualquer desvio no fluxo dessas águas compromete todo o sistema e traz consequências ao meio ambiente e à saúde das pessoas. “Se o esgoto for ligado à rede de águas pluviais também será um problema, pois ele será encaminhado aos córregos e rios da cidade sem tratamento”.

Reuso da água pluvial

A gerente explica que a água da chuva deve ser drenada através da rede pluvial, com destinação direta para rios e córregos, sem influência ou contaminação de outros agentes. “Há ainda a possibilidade de reuso, conforme norma técnica da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) presentes na NBR 15.527/2007, que dispõe sobre o aproveitamento da água da chuva de coberturas para fins não potáveis, para usos como: Descargas dos vasos sanitários, abastecimento de fontes e espelhos d’água, lavagem de roupas, irrigação de jardins, limpeza de automóveis e áreas externas, reserva para uso emergencial em casos de incêndios, entre outros fins”.

Sobre CSJ

Fundada em 1996, a Companhia Saneamento de Jundiaí (CSJ) construiu a Estação de Tratamento de Esgotos de Jundiaí (ETEJ), com o objetivo de tratar todo o esgoto do município, coletado pela DAE Água e Esgoto S/A. Este tratamento de esgotos teve uma participação fundamental na melhora da qualidade do Rio Jundiaí, que voltou a ter peixes, e foi reclassificado em 2017, permitindo a captação de suas águas para abastecimento público por outros municípios.

O Rio Jundiaí foi o primeiro rio brasileiro a melhorar de classe. Com o mesmo cuidado com o meio ambiente, o lodo produzido no processo é reciclado e vira fertilizante de uso seguro na agricultura.

A CSJ foi contratada em uma concorrência pública pela menor tarifa e passou a tratar o esgoto doméstico e industrial da cidade de Jundiaí, procurando sempre aprimorar sua operação, além de desenvolver projetos sociais de profissionalização, educação e conscientização.

Confira os vídeos institucionais no Canal do YouTube da CSJ.