Os empreendedores alemães, Philip Siefer e Waldemar Zeiler, desenvolveram a camisinha vegana. Após quatro anos desde o lançamento da Einhorn, eles tiveram receita anual de 5 milhões de euros (quase R$ 23 milhões).

Siefer teve a ideia quando comprava camisinha com sua namorada. Ele pensou que consumidores atuais poderiam preferir uma alternativa mais ecológica. Com Zeiler, apostou que o produto seria ideal para comércio virtual. 

De início, eles lançaram uma campanha de financiamento coletivo que levantou 100 mil euros (R$ 460 mil). 

“Queríamos criar um produto que fosse fácil de vender e despachar online, e sem que tivéssemos de lidar com devoluções, que são uma das maiores fontes de custos de negócios online […] camisinhas eram, então, o produto perfeito. Nem havíamos pensado se elas seriam ou não veganas”, disse Siefer à BBC.

Recursos naturais

Com a ideia em campo, eles começaram a pesquisar a origem da matéria-prima da camisinha e descobriram, que além do látex – seiva extraída das seringueiras -, o uso da proteína animal caseína, encontrada no leite de mamíferos. 

Einhorn trocou a caseína por um lubrificante natural feito de plantas, além de adquirir látex que seja extraído do modo mais ecológico possível de pequenos produtores da Tailândia. 

Einhorn usa lubrificante natural feito de plantas (Foto: Divulgação)

Apesar de todos os recursos sustentáveis, a empresa ainda não conseguiu desenvolver uma embalagem livre de alumínio, mas todo papel usado é reciclado. 

Mercado sustentável

Para assegurar que todos valores de sustentabilidade sejam aplicados, Zeiler e Siefer assinaram uma espécie de manifesto ao fundar a Einhorn, que obriga a empresa a investir 50% de seus lucros em projetos sustentáveis. 

Esse manifesto, assinado por cerca de 100 empreendedores no total, acabou ajudando a Einhorn a expandir seus mercados – a empresa conseguiu, por exemplo, fornecer para a varejista alemã DM, gigante local no mercado de produtos de casa e higiene.

A empresa vende um pacote de sete de suas camisinhas no varejo a 6 euros (R$ 27,5), sendo que gigantes da indústria vendem um pacote com 8 por cerca de 5 euros (R$ 23). 

“Mas explicamos que vamos reinvestir 50% de nossos lucros. ‘Então cada centavo que você (varejista) tirar de nós agora (nos forçando a baixar nosso preço) você estará tirando de uma boa causa'”, destaca Siefer em entrevista à BBC.

Ainda de acordo com a DM, os consumidores locais estão cada vez mais preocupados com o meio ambiente. Por isso, a gigante abraçou a marca. 

Os alemães gastaram 60 bilhões de euros (R$ 275 bilhões) em produtos sustentáveis em 2016, e a tendência é de que esse número esteja aumentando.

Futuro

A Einhorn vendeu no ano passado mais de 4,5 milhões unidades. Além de lançar produtos de higiene feitos de algodão orgânico. “Ainda temos de nos beliscar para perceber que (o negócio) ainda está forte”, disse Siefer à BBC.

Apesar de todo sucesso, a dupla pretende abrir mão de suas ações. Eles vão doar as ações da empresa para que nunca sejam vendidas, ou seja, eles irão preservar os valores sustentáveis da marca. 

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Fonte: BBC