
Um dos assuntos mais comentados nos últimos dias são as frequentes queimadas na Amazônia, cuja fumaça chegou à São Paulo na segunda-feira (19) e, em conjunto com uma frente fria, transformou “o dia em noite”.
No entanto, queimadas por lá não são um fenômeno raro: o fotógrafo de Jundiaí Eduardo Medrano, de 46 anos, esteve na Amazônia há cinco anos, justamente registrando fotografias aéreas de queimadas para a ONG Greenpeace.
“De cima víamos tudo. Grandes queimadas. Alguns focos maiores, alguns focos menores. E víamos também pessoas colocando fogo na mata”, recorda.
Durante sua visita à Manaus, capital do Amazonas, Eduardo decidiu fazer uma expedição fotográfica por entre a floresta. Com um barqueiro local, adentrou os rios e, após aproximadamente cinco horas, chegou em uma comunidade ribeirinha.
“Vi casas flutuantes. Lá, eu encontrei três irmas, cada uma com seu ‘pet’. Uma tinha um bicho preguiça, a outra tinha um jacaré filhote e a outra uma sucuri, uma cobra muito grande. Era realmente impressionante”, conta.

Eduardo diz que as três irmãs pegavam a sucuri com enorme destreza, sem medo algum. O animal, que costuma viver em regiões alagadas como a da Amazônia, pode chegar a medir seis metros.
“Foi uma grande experiência, ver como é a vida dessas comunidades, como aquelas irmãs viviam integradas com aquele ambiente selvagem. Mesmo com uma vida dura, elas estavam ali, felizes e tranquilas”, relembra.
Para ele, a fotografia tem também o papel de conscientizar e, neste caso, mostrar a importância de preservar a cultura dos povos locais, da flora e da fauna da Amazônia.
“Foi uma felicidade enorme ter encontrado essas três irmãs naquele dia, fiquei até emocionado quando tudo passou. Essa foto me traz lembranças, de que existe outro jeito de viver e que temos que respeitar isso. E também ajuda a refletir e conscientizar a falar sobre preservação. Tudo isso é válido”, finaliza.