
A Associação Mata Ciliar, ONG ambiental de Jundiaí, resgatou ontem (30) um veado-catingueiro que foi alvejado por arma de fogo, com lesões de perfurações pelo corpo.
A caça de animais silvestres se configura como crime ambiental.
O animal está sob cuidados especiais recebendo analgesia, anti-inflamatório, antibiótico e fluidoterapia.
Após o ocorrido, a entidade fez uma publicação nas redes se manifestando contra um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, que visa regulamentar a caça dos javalis.
“Com a desculpa de que a caça é necessária para o controle dos javalis, projetos de lei defendidos por alguns deputados irão abrir precedentes para a liberação da caça não só dessa espécie exótica mas também de outras espécies nativas consideradas ‘indesejadas’ e ‘nocivas’.
Sabemos que a caça “controlada” do javali, tem sido responsável pelo extermínio de vários espécimes silvestres nos estados onde ela é permitida e a inexistência de fiscalização e de políticas ambientais incentivam a prática do crime que inclui o abate de espécies em risco de extinção”, diz nota da ONG.
[tdj-leia-tambem]
Em outubro do ano passado, o Tribuna de Jundiaí conversou com Cristina Harumi, médica veterinária e coordenadora de fauna da Mata Ciliar, que já sinalizava essa preocupação.
“Estamos vivendo um retrocesso na área ambiental. Os animais cada vez mais perdem os habitats naturais. As leis, ao invés de proteger, ficam cada vez mais frágeis. Se permite cana e soja na Amazônia, há um projeto de lei que permite abrir a caça no Brasil. Um verdadeiro retrocesso”, afirmou na época.
Ela ainda afirmou que, desde que o projeto de lei para liberação da caça voltou a ser discutido, houve um aumento de 30% no número de animais silvestres que chegam baleados na Mata Ciliar.