
A NASA (agência espacial americana) declarou, nesta sexta-feira (23), que 2019 é o pior ano de queimadas na Amazônia brasileira desde 2010. De acordo com o texto publicado, é “perceptível o aumento de focos de queimadas grandes, intensas e persistentes ao longo das principais rodovias no centro da Amazônia do Brasil”.
“Os satélites são frequentemente os primeiros a detectar os incêndios em regiões remotas da Amazônia”, disse Douglas Morton, diretor do Laboratório de Ciências Biosférica do Goddard Space Flight Center, da Nasa.
August 2019 is continuing an active Amazon fire season, with large and intense fires burning in the region. @NASA satellites tracked actively burning fires across South America and captured images of smoke in the last week. https://t.co/EZKu01MPHg pic.twitter.com/VEoNZi2KJQ
— NASA Earth (@NASAEarth) 23 de agosto de 2019
De acordo com cientistas, a atividade das queimadas na floresta brasileira “varia consideravelmente de ano para ano e de mês para mês”, influenciada pelas mudanças econômicas e climáticas.
Mas, a agência espacial explica em seu blog ‘Earth Observatory’, que “apesar de a seca ter desempenhado um papel importante na intensificação dos incêndios em outras ocasiões, o momento e a localização das queimadas detectadas no início da estação mais seca de 2019 estão ligados ao desmatamento do que à seca regional.
A Nasa também revela que neste ano as detecções de focos ativos de queimadas são as maiores em comparação com qualquer ano desde 2010. “O estado do Amazonas está caminhando para uma atividade recorde de queimadas em 2019”.
Douglas ressalta que as estatísticas distribuídas pela Nasa estão condizentes com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “O Inpe também usa dados de focos ativos registrados pelos sensores Modis da Nasa para monitorar a atividade de queimadas na Amazônia brasileira”.
“Como resultado, a Nasa e o Inpe têm as mesmas estimativas de mudanças nas atividades recentes de queimadas. As detecções do Modis são mais altas em 2019 do que no mesmo período de qualquer ano em todos os sete estados que compreendem a Amazônia brasileira”.
A Nasa também afirmou que foi possível localizar focos de incêndio próximos de rodovias brasileiras e perto de cidades. A agência divulgou uma imagem de satélite que mostra o município de Novo Progresso, no Pará.

“O município está localizado ao longo da BR-163, uma rodovia que corta o Norte ao Sul e conecta fazendeiros do sul da Amazônia com um porto com acesso ao oceano no Rio Santarém, na Amazônia”, explica.
“Pastos e terra cultivada estão aglomerados em torno da rodovia em pedaços de terra retangulares e ordenados”, continuou o texto. “Ao oeste da rodovia, estradas sinuosas conectam uma série de minas de pequena escala que se estendem floresta adentro”, completa a agência.
Entenda como a Nasa mede as queimadas:
A Nasa possui uma ferramenta chamada Modis, um Espectroradiômetro de Resolução Moderada de Imagens, que mede o comprimento e a onda de luz instalado nos satélites Terra e Aqua.
Desde 2003, esses sensores fazem observações diárias ao redor do planeta de anomalias térmicas, que geralmente representam incêndios. Esses dados são processados e representados em um mapa pelo Firms, Sistema de Informação sobre Incêndios para a Gestão de Recursos, criado por um programa de ciências aplicadas da Nasa.
Segundo a agência, o sistema Firms oferece informação quase em tempo real para pesquisadores e gestores de recursos naturais.
Fonte: G1