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Foto: Reprodução SporTV

Isabel Salgado, um dos maiores ícones do vôlei brasileiro e uma das figuras importantes para o vôlei feminino, morreu nesta quarta-feira (16) no hospital Sírio Libanês em São Paulo. A causa da morte ainda não foi divulgada.

Nesta segunda-feira (14), Isabel havia sido incluída no grupo técnico de esportes para a transição de governo do presidente Lula. Ontem, a ex-jogadora foi diagnosticada com uma bactéria no pulmão, e na madrugada de hoje, faleceu aos 62 anos.

Isabel disputou duas Olimpíadas no vôlei de quadra, Moscou 1980 e Los Angeles 1984, e após o início dos anos 90, migrou para o vôlei de praia, sendo uma das pioneiras mundiais nesta modalidade.

Oriunda das categorias de base do Flamengo, Isabel estreou pelo clube em 1973, quando tinha 13 anos. Depois de três anos, foi convocada para a seleção brasileira juvenil pela primeira vez, graças a titularidade que já tinha no time adulto do Flamengo. E, entre 1978 e 1980, foi campeã brasileira pela equipe rubro-negra.

Embora não tenha ganho medalha nas Olimpíadas em que disputou, em Moscou 1980 e Los Angeles 1984, sua equipe foi a primeira da história do Brasil a disputar grandes competições. Já, em 1979, foi medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 1979, em San Juan, Porto Rico.

Também fazia parte da seleção feminina de vôlei que, ao lado de Vera Mossa e Jaqueline, abriu portas para a modalidade nos anos 80.

Além disso, Isabel foi a primeira jogadora brasileira a atuar numa liga estrangeira de vôlei, na Itália, em 1980, no Modena, após viajar para a Europa com sua filha Pilar, recém-nascida.

No início dos anos 90, com a popularização do vôlei de praia, esporte que viria a estrear no programa olímpico em Atlanta 1996, a ex-jogadora migrou de modalidade.

Ela também jogou em diversas etapas do Circuito Mundial e brasileiro entre 1993 e 2001, inclusive com ouro na etapa de Miami, nos EUA, em 1994. Na época, suas parceiras foram Roseli , Jerusa, Tatiana Minello e Jaqueline.

Uma das cenas mais icônicas de sua carreira aconteceu em um torneio amistoso da seleção brasileira no Ginásio do Ibirapuera, São Paulo, em 1982. Na partida contra o Japão, o público, com mais de 20 mil pessoas, estava sendo hostil com a equipe visitante que vencia o jogo.

Isabel, então com seus 22 anos, pediu um microfone oficial do evento e fez um discurso dizendo que, se os torcedores não parassem de xingar as asiáticas, não teria mais jogo. A partida seguiu, e, apesar da derrota do Brasil, o público se comportou.

Três de seus cinco filhos seguiram seus passos e também fizeram uma carreira vitoriosa no vôlei de praia. Pedro Solberg, que disputou as Olimpíadas da Rio 2016 e ficou em nono lugar, Maria Clara Solberg e Carol Solberg.

Carol, ao lado da medalhista Bárbara Seixas, está entre as melhores do mundo atualmente. No último fim de semana, as duas conquistaram o bronze na etapa de Uberlândia do Circuito Mundial.

Além deles, Isabel também deixou Pilar e Alison, filho que adotou em 2015.

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