O ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica morreu nesta terça-feira (13), aos 89 anos. A informação foi confirmada pelo atual presidente uruguaio, Yamandú Orsi, por meio de uma publicação na rede social X. A causa da morte não foi divulgada.
“É com profundo pesar que anunciamos o falecimento do nosso colega Pepe Mujica. Presidente, ativista, líder e líder. Sentiremos muita falta de você, querido velho. Obrigado por tudo o que você nos deu e pelo seu profundo amor pelo seu povo”, escreveu Orsi.
Diagnóstico de câncer e histórico de saúde
Em abril de 2024, Mujica revelou em coletiva de imprensa que havia sido diagnosticado com um tumor no esôfago, descoberto durante um check-up. O ex-presidente também convivia com uma doença autoimune que afetava seus rins, agravando seu estado de saúde nos últimos meses.
De guerrilheiro a presidente
José Mujica nasceu em 1935, em Montevidéu, onde viveu durante toda sua vida. Começou sua trajetória política no tradicional Partido Nacional, onde chegou a ocupar o cargo de secretário-geral da Juventude.
Durante a década de 1960, foi um dos fundadores do Movimento de Libertação Nacional – Tupamaros, principal grupo guerrilheiro do país. Foi preso por mais de uma década durante a ditadura militar uruguaia e sofreu torturas enquanto esteve encarcerado. Um dos episódios mais extremos relatados por Mujica foi o fato de ter precisado beber a própria urina para sobreviver.
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Anos depois, com o retorno da democracia, Mujica retornou à vida política institucional e, em 2010, assumiu a presidência do Uruguai. Com um estilo simples, direto e desapegado de bens materiais, rapidamente se tornou uma figura admirada no mundo inteiro.
Ícone da simplicidade e da ética
Conhecido por dispensar luxos e viver em uma chácara modesta, doando grande parte de seu salário como presidente, Mujica ficou famoso também pelo fusca azul que dirigia e se recusava a vender, mesmo diante de propostas milionárias.
Repercussão no Brasil
O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, lamentou oficialmente a morte de Mujica e destacou que ele foi “um grande amigo do Brasil”. A nota ressalta a importância do ex-presidente uruguaio para a integração regional e para a defesa da democracia.
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