Marilda e o filho Enzo. (Foto: Arquivo pessoal)
Marilda e o filho Enzo. (Foto: Arquivo pessoal)

Depois de uma semana do falecimento de Enzo Bonilha, o menino de 14 anos que passou mal enquanto brincava com os amigos na quadra do condomínio onde morava, em Jundiaí, sua mãe, Marilda, falou sobre o filho.

O laudo, liberado nesta semana, confirmou que Enzo sofreu uma parada respiratória na sexta-feira (27). Ele passava por um tratamento de asma.

“Ainda estamos procurando explicação. Não conseguimos entender o porquê”, fala a mãe. “O Enzo tinha asma em grau leve, o esporte foi uma recomendação do médico e a bombinha era indicada antes das atividades ou em crises, apenas”.

O documento com a causa da parada cardíaca será liberado entre 90 e 120 dias, mas o pedaço de papel não irá, de forma alguma, aliviar a dor da mãe.

“Nós temos um filho mais novo, de 10 anos, sem ele, eu não sei como seria. Eu preciso continuar por ele”.

Noite do dia 27

Em março, Enzo passou por uma bateria de exames no Instituto HCOR, em São Paulo. Testes de função pulmonar e cardiorrespiratórios foram realizados e o esporte indicado no tratamento da asma.

Na sexta-feira (27), ele tinha praticado educação física na escola pela manhã. À tarde, marcou presença nos treinos de basquete do TIME Jundiaí sub-14. Chegou em casa eufórico. “Ele nos disse que tinha sido autorizado a treinar com o sub-15, estava todo feliz”, lembra Marilda.

Depois de fazer um lanche – o seu preferido: pão, goiabada e queijo – ele desceu para brincar com os amigos na quadra do condomínio. Pouco tempo depois, o filho mais novo correu ao apartamento para buscar a bombinha de Enzo.

“Eu desci junto com meu filho mais novo. Quando cheguei lá, o Enzo já estava desacordado, mas ainda tentando voltar”.

Ao ficar completamente inconsciente, o irmão mais novo, que tinha aprendido a fazer massagem cardíaca na semana anterior em uma palestra dos Bombeiros na escola, subiu em cima de Enzo e enquanto gritava “não me deixe, volta”, massageava o peito do irmão. Até a chegada da ambulância, vizinhos ajudaram na tentativa de reanimação – e deu certo.

Enzo voltou, se sentou, disse poucas palavras, mas não conseguia abrir os olhos. Foi quando ele desmaiou de novo. Já com a presença dos médicos, o desfibrilador foi usado e ele acordaria mais uma vez antes de ser levado ao hospital. “Seis médicos tentaram reanimá-lo no hospital, eles tentaram o possível e o impossível”.

Homenagem

No velório de Enzo, alunos do Colégio Futura de Jundiaí, escola em que estudava, atletas do TIME Jundiaí de basquete e amigos prestaram suas homenagens.

“Não é porque é meu filho, mas ele tinha uma luz diferente”, fala a mãe. Apesar da pouca idade, Enzo marcou muitas vidas com o seu jeito de ser e o seu abraço apertado. “Até machucava a gente”, lembra Marilda.

Enzo adorava desenhar, estava aprendendo violão e tinha o basquete como grande paixão. Pensava em ir para os Estados Unidos estudar. “Nós tínhamos muitos planos para ele e ele também já fazia os seus próprios planos”.

No momento de dor dilacerante, Marilda se agarra ao filho que, mesmo em vida, deixou uma palavra de incentivo à família. “Nas últimas semanas ele falava em se superar. Superação era a palavra dele. Estamos tentando nos agarrar uns aos outros e ao conselho do Enzo”.

 

Mesmo cedo, Enzo deixou sua mensagem ao mundo. (Foto: Arquivo pessoal)

 

Enzo com o TIME Jundiaí de basquete e família. (Foto: Arquivo pessoal)

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