
A trajetória da cachorra Vitória faz jus ao nome que recebeu: marcada pela dor do abandono, pelo resgate corajoso e, finalmente, pela conquista de um lar cheio de afeto. O caso de acolhimento aconteceu em Jundiaí e mostrou como a união entre protetores e adotantes pode transformar vidas.
De porte grande e pelagem preta, características que costumam reduzir drasticamente as chances de adoção, Vitória encontrou uma nova oportunidade graças à dedicação da protetora Dani Fogaça e da veterinária Helen de França Muniz, que acabou se tornando sua tutora definitiva.

Vitória ficou entre a vida e a morte
De acordo com a protetora Dani Fogaça, ao Tribuna de Jundiaí, a situação de Vitória era desesperadora. “A Vitória foi uma cachorra que foi abandonada por um morador de rua na Avenida dos Imigrantes Italianos. Ela levou uma pancada na rua, ficou entre a vida e a morte. Resgatei e ela ficou um mês internada, passando por duas cirurgias. Foi um milagre sobreviver”, relembra.
Foi a divulgação de sua história no jornal Tribuna de Jundiaí que chamou a atenção da veterinária Helen e sua filha Maria Júlia, iniciando um elo que mudaria para sempre o destino da cachorrinha.

O olhar da veterinária
A aproximação de Helen começou com uma ajuda técnica. “Eu vi as postagens da Dani e comentei da Vitória. Pedi que ela desse uma medicação e, no primeiro dia, ela já levantou, bebeu água, comeu. Depois, quando não quis se alimentar novamente, falei: ‘Então traz ela na minha casa que é mais fácil de eu estar medicando’. A primeira coisa que fiz foi colocar a Vitória no soro”, conta a veterinária.
Os exames mostraram a gravidade do quadro. No ultrassom, descobriram que ela tinha uma ruptura no baço. A cirurgia era delicada e de alto custo, mas Dani conseguiu contatos em São Paulo e a operação foi feita lá. “Nesse meio termo, eu ficava mandando mensagem para Dani, ela me mandava a foto da Vitória, como ela estava. E a gente foi conversando”.
Pelas mãos de Helen, Vitória recebeu todo o suporte inicial: hidratação, medicação, fluído-terapia.
O famoso caso de lar temporário que falhou
Mesmo após a recuperação, a adoção definitiva parecia improvável. Vitória, além de idosa, era uma cadela de grande porte e pelagem preta, fatores que costumam gerar rejeição nos abrigos. Inicialmente, Helen aceitou acolhê-la apenas como lar temporário. Mas o destino falou mais alto.

“Na hora que o rapaz chegou com a Vitória, a minha filha já beijava ela, abraçava ela e ficou toda emocionada. Todos nós acolhemos a Vitória, porque foi emocionante quando ela entrou. A gente viu essa cachorra morrendo. E parece que quando ela chegou no portão, parecia que ela era nossa, porque ela pulava de felicidade de nos reencontrar. Foi assim, uma coisa assim emocionante.”
Logo, não havia mais dúvidas. “Liguei para a Dani e falei: ‘A Vitória é nossa. Nós vamos ficar com ela.’”
Um final feliz — e novos começos
Hoje, Vitória vive ao lado de Helen, de Maria Júlia e do avô da menina. Bem cuidada, amada e totalmente integrada à rotina da casa, ela se tornou prova viva de que histórias de abandono podem se transformar em finais felizes quando há solidariedade e empatia.


A família, que tem no total cinco cães adotados, voltou a abrir o coração: depois de Vitória, outro cachorro resgatado por Dani, o Branquinho, também foi adotado por eles.



 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		