Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

Atualmente, podemos ver uma grande ascensão de cães no mundo do esporte e com Cigano não foi diferente. O husky siberiano de quatro anos de idade compete desde 2018, quando tinha apenas um ano. Adriano Silva, tutor do cão, mora em Vinhedo e já participava de corridas há quase um ano. Quando decidiu levar Cigano junto para uma prova de dois quilômetros, eles ficaram em sétimo lugar.

Cigano e Adriano conquistaram o 3º Lugar na Corrida Cani Fest, em Mogi das Cruzes (Reprodução/Instagram)

Em 2019, Adriano descobriu que Cigano tinha problemas hereditários com convulsão, o que apenas aumentou o estímulo para continuar no esporte. “Foi quando descobrimos que ele tinha convulsão vindo de nascença, após uma consulta veterinária. Os médicos disseram que o esporte poderia ajudar ele a não ter crises e, a partir disso, começamos a ter uma rotina maior de treinos e provas”, disse. A doença do cãozinho foi descoberta apenas depois da primeira crise, o que deixou todos à volta muito impressionados.

[tdj-leia-tambem]

Aline Cristina Francescon, veterinária de Jundiaí que acompanhou o caso de Cigano, contou sobre convulsões em animais. “Normalmente as convulsões se manifestam com tremores musculares involuntários, salivação e pode ter vocalizações, que são sons involuntários. Há, também, perda momentânea de consciência”.

Assim como Adriano ressaltou, a veterinária explicou que o esporte ajuda Cigano a não ter mais as convulsões. “O tratamento é paliativo, com medicação para controle das crises e sintomas. O esporte pode ajudar bastante para ter melhora da qualidade de vida, havendo uma probabilidade menor de convulsões. Em muitas vezes, há uma causa específica ou pode ser secundária por conta de alguma outra doença” completou Aline.

Treinamentos

Os treinos são realizados semanalmente por Cigano, já que as provas de Canicross acontecem o ano todo. “A competição pode ser tanto no frio quanto no calor, mas geralmente nossos treinos são somente em horários com temperatura mais tranquila, como antes das 8h ou após às 18h”, disse Adriano.

O esporte consiste numa corrida ao estilo cross country, em que homem e animal competem em terrenos irregulares na busca pela vitória – e também de muita diversão.

Além disso, a prática da modalidade exige equipamentos específicos como arnês (uma espécie de colete para o cachorro), a guia elástica de aproximadamente dois metros (para evitar maior tranco) e o cinto para colocar no tutor e ligar à guia, já que não é aconselhável correr somente com a guia e coleira.

(Reprodução/Instagram)

O cachorro é muito amigável no dia-a-dia com todos. “Cigano é bem tranquilo, na maior parte do dia ele passa dormindo e à noite gosta de ficar mais ativo”, afirmou Adriano. Além disso, a personalidade do husky ajuda na hora de conviver nas corridas. “Ele é também muito sociável, desde pequeno participando de feiras e eventos, então ficou super tranquilo com pessoas e outros cachorros”.

No domingo (22), Cigano e Adriano participaram da Corrida Cani Fest, em Mogi das Cruzes, e ficaram em terceiro lugar. Após a maratona, Adriano levou o pet para conhecer o mar – que ele simplesmente adorou. “A primeira reação dele ao ver o mar foi estranhar as ondas e depois beber a água salgada do mar. Teve um pouco de medo para entrar mais fundo e quando a água não dava mais pé, ele voltava nadando para o raso”, afirmou.

Cigano também está nas redes sociais e o perfil @ciganorun é atualizado com todas as corridas que ele participa, além de possuir mais de mil seguidores.