
Há quatro anos, uma contratação inusitada para uma loja de calçados mudou a rotina dos funcionários e dos clientes em Sorocaba. Em mais uma tarde comum de trabalho, a loja recebeu o visitante, Negão, um cachorro da rua que entrou e ficou atrás do balcão de atendimento.
Alexandre Raszl Peres conta que o avisaram sobre a presença do cão, e ele o encontrou nos fundos da loja, “assustado, arisco, magro e muito triste”. O empresário disse ao G1 que naquele momento, pensavam que o animal estava perdido. Dessa forma, ele e a esposa postaram fotos nas redes sociais, procurando o dono, mas não apareceu ninguém.
“Jamais jogaria na rua, jamais. Montei uma caminha, com água e comida dentro da loja. Também fomos até um veterinário e fizemos exames para ter certeza de que ele estava bem”, conta. Depois dos exames e a confirmação de que Negão estava bem de saúde, o casal foi novamente às redes sociais, atrás de uma nova família para o cachorro.
De acordo com eles, na época, já tinham outros dois cachorros, e não conseguiam levar mais um para casa. Postamos nas redes sociais, mas ninguém se interessou. Por meses, não houve nenhum contato. E nisso, o Negão foi ficando na loja e nossos corações começaram a se apaixonar por ele.”

Ganhou emprego e família
Com meses de procura por um novo lar, mas sem sucesso, a família decidiu e Negão se tornou o novo funcionário da loja (e amigão dos clientes). Com isso, além de um lar e “um emprego”, o cão recebeu até o mérito de “Funcionário do Mês” e se tornou o garoto propagando da loja.
“Ele nos escolheu no dia em que entrou embaixo daquele balcão. Desde então, nossos dias são cheios de amor, alegria e afeto. Ele cativa a todos, é amoroso, quer recepcionar os clientes, é a atração da loja”, afirma Alexandre.
A princípio, Negão dormia em um local específico criado para ele, dentro da loja. Mas, depois de um tempo, Kelly e Alexandre conseguiram levá-lo para casa. Ainda assim, Negão é pontual com seu trabalho na loja de calçados da família.
“Ele sabe a hora de ir trabalhar e sabe a hora de voltar. É quase como se fosse um funcionário mesmo. Ele late, chama a gente, é demais. Em casa, nossos filhos quase brigam para ver quem vai dormir com o Negão”, conta.

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