Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

O banco de dados de uma clínica veterinária, em Minas Gerais, possui os mais diversos nomes de pet que alguém poderia imaginar. Brad Pitt, Angelina Jolie, Madonna, podia ser lista de celebridade, mas eles ainda acompanham o Costelinha, a Coxinha, o Mandioca, o Manjericão.

Os veterinários e trabalhadores dessa área já notaram que foi-se o tempo do Rex, do Lulu e da Branquinha, e mesmo que esses nomes ainda apareçam entre os pets da capital, está cada vez mais comum que os tutores escolham nomes curiosos para seus bichinhos.

Veterinário há 26 anos, Sílvio Xavier, que atua numa clínica no bairro Buritis, com mais de 4 mil pacientes cadastrados, viu mudar raças e nomes ao longo do tempo. “Na década de 90, as pessoas tinham poodles e cockers e eles se chamavam Mel, Nina, Bobby. Passamos pela época dos pastores alemães, goldens, labradores e agora estamos no shih-tzu e lulu da pomerânea. E a gente tem agora nomes muito diferentes. Já atendi o Chopp e o Torresmo, do mesmo dono”, conta. Pets com nome de comida fazem sucesso, como por exemplo com nome de Pudim, Quiabo, Acerola, Angu.

A analista de comunicação corporativa Renata Guimarães adotou uma cachorrinha da raça dachshound com 4 meses que se chamava Nina, mas logo mudou o nome, e sua pet virou Bisteca. “A gente sempre quis um pet com nome diferente. Bistê sempre foi mais gordinha e tinha a coxa grossa! Daí o nome: Bisteca. Todo mundo ri quando a gente fala o nome dela, alguns perguntam de novo, já que não entendem”, diverte-se Renata, que tem a Bisteca há 8 anos.

Por mais divertidos que sejam, os nomes diferentes costumam criar situações inusitadas durante os atendimentos clínicos. Vitor Maia Cruz é veterinário numa clínica no bairro Copacabana, em BH. Ele diz que ainda tem muito paciente com nomes como Belinha, Bolinha, Pretinha, Mel. Mas que tem ganhado força os animais com nome de gente “Outro dia atendi uma Rihanna, mas sem H, porque, segundo a tutora, ela era pobre e tinha nascido no Brasil”.

Além disso, ele conta que uma vez atendeu um cachorro chamado Nelson, que tinha um tutor chamado Bruno. E que, durante a consulta, confundiu várias vezes o nome: “Eu falava: ‘Então, Seu Nelson, o que está acontecendo com o Bruno?’ E o tutor respondia: ‘Não, doutor, eu sou o Bruno. Nelson é ele.”

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Mas a maior confusão mesmo foi quando o veterinário atendeu uma emergência com uma cadelinha que precisou ser internada às pressas. “A gente fez a ficha e tal e colocou tudo lá no nome da tutora: Larissa. E atendemos a cadela que se chamava Bea. Na hora de dar alta, a tutora avisou que ela se chamava Bea e a cachorra Larissa. O bom dessas confusões é que todo mundo leva numa boa e a gente acaba rindo disso”.

E se sabendo o sexo do pet tem nome que gera confusão, imagina quando isso ainda é mistério. O estudante de veterinária Lucas Magalhães Roque encontrou uma solução criativa na hora de batizar a tartaruga que adotou. “Como é nova ainda, não tem dimorfismo sexual aparente, aí não tem como saber visualmente se é macho ou fêmea, só daqui um tempo. Aí coloquei nome de Ariel, que aí encaixa mesmo se for menino ou menina. O bom de Ariel é que se for fêmea ela pode ser sereia e se for macho um tritão”, se diverte o tutor.

A veterinária especialista em animais exóticos Marcela Ortiz conta que não só as tartarugas geram confusão na hora do batismo. “Geralmente quando os tutores compram o coelhinho o vendedor não tem certeza se é fêmea ou macho e daí fica a fêmea com nome de menino ou vice versa. Então tem a Amendoim, o Drifa, a Mingau”.