
Já ouviu falar de ansiedade canina? Quando o cachorro lambe excessivamente a pata, apresenta comportamento eufórico, necessidade de marcar território em vários lugares, inclusive no próprio dono e arranca os próprios pelos são alguns dos sintomas da doença.
De acordo com o veterinário Adelmo Guilhoto Miguel não é só o cão que sofre por antecedência, os tutores também tendem a desenvolver esse problema e, consequentemente, estimulá-los em seus animais.
“Muitos tutores também ficam ansiosos por deixar os seus pets. Percebo isso em situações rotineiras da clínica quando algum paciente precisa permanecer no local por algumas horas para algum procedimento cirúrgico, exames ou tratamentos. Há uma relação bilateral de confiança e afeto entre as duas partes e sempre que isso é quebrado há um sofrimento emocional estabelecido”, explica.
Sintomas, causas e tratamento para ansiedade canina
A ansiedade é um tipo de estresse que pode ser causada por inúmeros fatores como, por exemplo, falta de liderança, traumas, medos, ausências, falta de convívio e de lazer, entre outros.
O distúrbio compromete o bem-estar, afeta os hormônios, neurotransmissores e outras substâncias químicas no organismo do animal, gerando problemas de saúde ainda mais sérios. “A ausência do dono gera muita insegurança já que o tutor se torna o único elo do animal com o mundo externo”, detalha o veterinário Adelmo.
Com a doença, eles podem apresentar comportamento agressivo, hiperatividade, arrancam os próprios pelos, perda ou ganho de peso, feridas de difícil cicatrização e alterações de apetites. “Qualquer situação de mudança de comportamento deve servir de alerta para os tutores”, ressalta o veterinário.
Cada estado de ansiedade pode se desenvolver em diferentes situações. Por isso, o veterinário Adelmo explica que deve-se sempre identificar a causa principal da ansiedade e tentar combatê-la. Confira como algumas atitudes podem minimizar esse estado em seu pet:
- Passeie com o seu cachorro em parques ou áreas públicas – onde ele pode ter contato com outros cães – duas vezes ao dia;
- Dedique parte do seu tempo dando atenção a brincadeiras variadas (bolinhas, corridas);
- Determine a sua posição de liderança;
- Trabalhe o reforço positivo ao sair de casa. Dê sempre um petisco para o cão antes de sair e não olhe para trás;
- Ensaie as saídas de casa. Primeiro saia por alguns minutos e depois aumente a ausência, mostrando ao cão que sempre estará de volta para a casa e que não irá abandoná-lo;
- Estimule o comportamento calmo. Quando chegar em casa, faça-o se acalmar primeiro, depois dê a atenção solicitada;
- Deixe vários brinquedos na casa para que ele possa brincar em sua ausência;
- Escove o pelo do animal diariamente para manter um vínculo de confiança;
- Converse com seu cão, isso fortalece a ligação entre animal e tutor;
- Não estimule comportamentos agressivos e nem atividade agitadas quando ele estiver ansioso;
- Caso o seu trabalho autorize a permanência de animais por pelo menos um dia na empresa, leve-o ao trabalho. Isso pode ser muito eficiente para combater distúrbios de ansiedade;
- Fale baixo com ele e agrade-o enquanto estiver calmo;
- Não force-o a fazer algo que ele tenha medo. Nesses casos, consulte um profissional para lidar com este problema;
- Se for o caso, faça acompanhamento médico indicado com medicamentos adequados para o tratamento dele.
Os tratamentos para a ansiedade canina podem variar de animal para animal. É importante identificar as causas da ansiedade para só então combatê-las. O uso de medicamentos só deve ser ministrado com orientação de um médico veterinário.
Fonte: G1