Foto: SECRETARIA DE SEGURANÇA DE BUENOS AIRES
Foto: SECRETARIA DE SEGURANÇA DE BUENOS AIRES

Um homem de cerca de 30 anos chegou carregado a um hospital da província de Buenos Aires no fim da tarde desta quarta-feira (2), com os sintomas semelhantes a outras 20 pessoas mortas e outras 74 internadas após consumo de suposta cocaína “envenenada”, sendo esses: dificuldades para respirar e para ficar de pé, além de convulsões, de acordo com relatos de familiares à imprensa local.

As autoridades dizem que a quantidade de pessoas afetadas neste caso pode ser ainda maior que as 20 mortes e mais de 70 internações divulgadas ela imprensa argentina.

Na entrada dos quatro hospitais para onde as vítimas foram inicialmente levadas, as famílias choravam e se abraçavam, do lado de fora, enquanto esperavam informações sobre seus parentes. “O que está acontecendo é inédito. Peço a quem comprou (cocaína) nas últimas 24 horas que a descarte. É fulminante. Esta droga tem substância extremamente mortal”, disse o secretário de Segurança da província de Buenos Aires, Sergio Berni.

Segundo ele, entre os que consumiram do que chamou de “cocaína envenenada” estão pessoas com diferentes níveis de intoxicação, incluindo “muito graves”. Assessores do governo provincial disseram à BBC News Brasil que não se descartava que “o número de vítimas pudesse ser maior”. Nove pessoas foram presas em uma operação que resultou na apreensão de papelotes.

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A ex-ministra de Segurança, Patricia Bullrich, opositora do governo atual, disse que “é um dia triste na história argentina”. Especialistas em toxicologia disseram que a situação representava um “alerta epidemiológico”, já que não se sabia quantas pessoas podem ter consumido a cocaína adulterada.

“O sistema de saúde deveria estar atento e preparado para receber estas pessoas de forma urgente, não se sabe quantos podem estar nesta situação crítica. Esta situação deve ser enfrentada como uma crise sanitária de surto epidemiológico, como recomenda o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças)”, disse o presidente da Sociedade Latino-Americana de Infectologia Pediátrica, Roberto Debbag.