
Hoje em dia é comum milhares de pessoas contarem com o auxílio de inteligência artificial para diversas ações simples do dia, como pedir para a Alexa desligar as luzes da sala. No entanto, alguns usuários estão mostrando preocupação de que esses aparelhos estão ouvindo mais do que o necessário, e essa preocupação está sendo levada à Justiça.
Um dos exemplos é um processo de alguns usuários contra a Apple, na corte da Califórnia, nos Estados Unidos, que alegam que a Siri, assistente virtual da marca, têm gravado conversas particulares sem autorização. O juiz desse caso, de acordo com informações do The Washington Post demandou que o processo seguisse, mesmo com os pedidos da Apple de que fosse encerrado.
Em Oakland, também nos Estados Unidos, outros juiz rejeitou o pedido de danos econômicos de outros usuários contra a Apple. Ainda assim, decidiu que a ação coletiva poderia continuar com a acusação de que a Siri gravou conversas que não deveria e passou os dados a terceiros, assim, violando seus direitos de privacidade.
Não é exceção
A Apple não está sozinha nisso. Além dela, o Google e a Amazon também enfrentam diversos processos com alegações de violação da privacidade pelas assistentes de voz.
As empresas negam que as tecnologias de assistência ouvem as conversas dos usuários por outro motivo que não seja ajudar com tarefas simples ou tocar música. De acordo com a porta-voz da Amazon, Faith Eischen, a empresa apenas armazena áudio quando os dispositivos detectam a palavra de ação e apenas uma “pequena fracção” do áudio é revista manualmente. Ela também disse que os usuários podem conferir as suas gravações e optar pela não revisão.
A Apple respondeu no processo que as gravações da Siri não são vendidas.
“A Apple acredita que a privacidade é um direito humano fundamental e criou a Siri de modo que os usuários possam permitir ou desativar a qualquer momento”, disse a empresa na sua moção de demissão. “A Apple trabalha ativamente para melhorar o Siri para prevenir desencadeamentos inadvertidos e fornece pistas visuais e sonoras (reconhecidas por vários queixosos) para que os utilizadores saibam quando a Siri está desativada”.
O porta-voz do Google, José Castañeda, também se manifestou em nota: “Por predefinição, não retemos as suas gravações de áudio e facilitamos a gestão das suas preferências de privacidade, com coisas como respostas simples às suas questões de privacidade ou a ativação do Modo Convidado. Contestamos as reivindicações neste caso e nos defendemos vigorosamente”.
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