
Em um movimento que reacende a tensão no Oriente Médio e ameaça desestabilizar ainda mais a segurança global, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado (21) um ataque “muito bem-sucedido” contra três instalações nucleares estratégicas do Irã — Fordow, Natanz e Isfahan.
A ofensiva, realizada com o uso de aviões B-2 e bombas “bunker buster”, ocorreu no início da noite, horário de Brasília. O próprio Trump confirmou o ataque em publicações nas redes sociais e em um pronunciamento à nação.
“Concluímos nosso ataque muito bem-sucedido às três instalações nucleares no Irã, incluindo Fordow, Natanz e Isfahan. Todos os aviões estão agora fora do espaço aéreo iraniano. Parabéns aos nossos grandes guerreiros americanos. Agora é a hora da paz!”, escreveu o presidente norte-americano no Truth Social.
Em seu discurso transmitido da Casa Branca, Trump classificou a operação como um “momento histórico” para os Estados Unidos, Israel e o mundo. Além disso, conclamou o Irã a aceitar o fim da guerra: “Ou haverá paz, ou haverá tragédia para o Irã”.
Irã reage com indignação e promete responder
A resposta iraniana não tardou. Na manhã deste domingo (22), o governo de Teerã acusou Trump de traição e declarou que “qualquer americano” presente no Oriente Médio passou a ser um alvo legítimo de retaliação.
De acordo com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, o país estuda diversas formas de resposta ao ataque. Estes variam de ofensivas diretas contra bases e cidadãos americanos na região ao possível fechamento do estratégico Estreito de Ormuz — rota vital para o comércio mundial de petróleo.
“Meu país está sob ataque, sob agressão, e temos que responder com base em nosso direito legítimo de autodefesa”, declarou Araghchi em coletiva de imprensa em Teerã.
Araghchi também acusou Trump de ter “enganado seus próprios eleitores”, após prometer, durante sua campanha, o fim das chamadas guerras eternas dos Estados Unidos. O chanceler informou que viajará em breve a Moscou para se reunir com o presidente russo Vladimir Putin em busca de apoio político e estratégico. “A Rússia é amiga do Irã. Temos uma parceria estratégica e sempre nos consultamos.”
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Estado de alerta no Irã e nova ofensiva contra Israel
Diante da escalada, o Irã transferiu o aiatolá Ali Khamenei para local seguro, em meio a temores de que ações coordenadas de Israel e EUA tentem atingir a liderança iraniana. O guia supremo já teria inclusive indicado nomes para sua sucessão, segundo fontes locais.
A indignação tomou conta dos veículos estatais iranianos, que classificaram o bombardeio como “violação grave e sem precedentes do direito internacional”. A TV estatal exibiu pronunciamentos inflamados, incluindo a declaração de que qualquer cidadão ou militar americano na região se tornou um alvo legítimo.
Como retaliação imediata, o Irã lançou mísseis balísticos contra alvos em território israelense. Ao menos 11 pessoas ficaram feridas nos ataques.
Reações internacionais
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) convocou uma reunião de emergência para tratar da situação, mas informou que, até o momento, não foram registrados vazamentos de radiação nas áreas atingidas. Imagens de satélite obtidas pelo New York Times mostraram que o Irã já vinha se preparando para um possível ataque à usina de Fordow, com movimentações de caminhões nos arredores nos últimos dias.
Enquanto isso, cresce a preocupação com o risco de um conflito regional mais amplo. O bombardeio representa um marco na escalada das tensões entre EUA e Irã, colocando em xeque os últimos esforços diplomáticos e inserindo de forma direta Washington na guerra entre Israel e o país persa.