O conselheiro do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e aliado do presidente Jair Bolsonaro, Steve Bannon, se entregou a autoridades federais nesta segunda-feira (15) para enfrentar acusações de desacato ao Congresso norte-americano. Ele havia sido indiciado na última sexta-feira (12) por dois atos de desacato.

Ele se recusou a testemunhar e a entregar documentos para o comitê legislativo que investiga a invasão ao Capitólio por apoiadores de Trump, em 6 de janeiro de 2021, após o ex-presidente ser derrotado nas eleições. Cada uma das duas acusações contra Steve Bannon pode ser punida com um mês a um ano de prisão, além de multa de até R$ 1.000.

Bannon foi detido pela manhã e deverá comparecer ao tribunal no final da tarde desta segunda (15). Ele procurou as autoridades em um escritório do FBI (a polícia federal dos EUA) em Washington.

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Segundo informações da CNN Internacional, Bannon disse a repórteres, ao se entregar: “estamos derrubando o regime de Biden” (em referência ao atual presidente dos EUA, Joe Biden, que derrotou Trump em 2020). Antes de entrar no escritório do FBI, Bannon também pediu que seus apoiadores “continuem focados na mensagem”.

Bannon, que não quer depor ao Congresso, se amparou em uma ação judicial apresentada por Trump para impedir que determinados documentos relacionados aos acontecimentos ocorridos sejam revelados, pedindo ao comitê que adie o seu comparecimento até que a Justiça decida, o que foi rejeitado.

Trump, na quinta-feira (11), emitiu um comunicado no qual afirmou que “a insurreição ocorreu em 3 de novembro, dia das eleições. 6 de janeiro foi um protesto”. O ex-presidente continua afirmando sem provas que houve fraude nas eleições de novembro do ano passado, vencidas por Biden. Antes da invasão ao Capitólio, em janeiro, Trump fez um discurso polêmico no qual incentivou apoiadores a seguirem em direção ao Capitólio.