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Foto: Reprodução/ Metrópoles

Brasileiro de 35 anos é detido após a tentar assassinar a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner. O crime aconteceu na noite desta quinta-feira (1), em Buenos Aires, e, de acordo com ministro da Segurança, Aníbal Fernández, o homem foi identificado como Fernando Andrés Sabag Montiel.

Após se aproximar da vice, que chegava em casa, localizado no bairro da Recoleta, em Buenos Aires, o suspeito apontou a arma bem perto do rosto dela, com menos de um metro de distância.

No momento da tentativa, o homem dispara uma arma contra a vice-presidente que tenta se proteger com as mãos em frente ao corpo. Como estava cercada por seguranças e muitos apoiadores, o atirador, após o atentado, foi detido pela Polícia Federal argentina que cuidava da segurança de Cristina.

Vídeo: Reprodução/twitter.

A polícia ainda investiga se a arma estava carregada e falhou, ou se a falta do tiro foi proposital. Além disso, a motivação do atentado é desconhecida. “Agora a situação tem que ser analisada pelo nosso pessoal da (polícia) Científica para avaliar os rastros e a capacidade e disposição que essa pessoa tinha”, disse Aníbal Fernández.

De acordo com o jornalista Ariel Palácios, da Globonews, o brasileiro estava no meio do grupo de apoiadores, que desde a semana passada, ficavam na porta do prédio onde reside a vice-presidente. Pouco antes da tentativa de homicídio, as pessoas ao redor perceberam a estranha movimentação.

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Foto: Reprodução/ Vídeo.

Em pronunciamento ao vivo na televisão, o presidente do país, Alberto Fernández, decretou feriado nacional na sexta-feira (2). “Não há chance de violência coexistir com democracia”, afirmou o líder argentino.

Na quinta-feira, dia em que aconteceu o atentado, o ministro brasileiro Carlos França disse ao blog de Andréia Sadi que o Itamaraty, Ministério das Relações Exteriores, busca confirmar as informações sobre o autor do atentado.

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Foto: Reprodução.

O suspeito

Fernando Andrés Sabag Montiel, de 35 anos, nasceu em São Paulo e se mudou para Argentina em 1993, com seis anos. De acordo com registros comerciais, o suspeito, filho de mãe argentina e pai chileno, está cadastrado como motorista de aplicativo e tem um carro em seu nome.

O brasileiro, que possui antecedentes criminais, recebeu uma advertência da justiça argentina após ser abordado por policias que o pararam por estar em um carro sem placa. Na ocasião, enquanto conversava com os agentes de segurança, uma faca de 35 centímetros caiu. O brasileiro alegou que portava o objeto para defesa pessoal e o material foi apreendido.

Além disso, informações da polícia apontam que Montiel possui tatuagens de apologia ao nazismo. Segundo a imprensa local, ele se identificava em suas redes sociais como Fernando ‘Salim’ Montiel e era seguidor de grupos ligados ao radicalismo, como ‘comunismo satânico’.

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Brasileiro tenta assassinar vice-presidente da Argentina. Foto: Reprodução/C5N.

Candidatos à Presidência no Brasil se solidarizam com Kirchner; Bolsonaro não comenta

Após a tentativa de assassinato contra a vice-presidente, Cristina Kirchner, os candidatos à Presidência no Brasil Lula, Ciro, Soraya, Tebet e Leo Pericles se solidarizaram, desde ontem, dia do atentado. O atual presidente Jair Bolsonaro (PL) não se pronunciou sobre o caso.

O ex-presidente Lula Inácio Lula da Silva (PT), aliado histórico de Kirchner, escreveu que a vice-presidente foi vítima de um “fascista criminoso”. “Que o autor sofra todas as consequências legais. Essa violência e ódio politico que vêm sendo estimulados por alguns é uma ameaça à democracia na nossa região. Os democratas do mundo não tolerarão qualquer violência nas divergências políticas”.

Ciro Gomes (PDT), também se pronunciou em suas redes sociais e disse que, por pouco, não houve “chuva de sangue”. “O atentado frustrado a Cristina Kirchner por pouco não transforma em chuva de sangue a nuvem de ódio que se espalha pelo nosso continente. Nossa solidariedade a esta mulher guerreira que com certeza não se intimidará”.

Além destes candidatos, Simone Tebet (MDB) pediu o fim “da violência política” e reafirmou sua posição “pela paz”. “Violência política no Brasil, violência política na Argentina. É preciso dar um basta a tudo isso. As lideranças devem recriminar essas atitudes. Ainda bem que a arma falhou. Que tristeza! Reafirmo minha posição pela paz na política, pela paz nas eleições”.

A representante do União Brasil na disputa pela liderança, Soraya Thronicke, voltou a falar sobre o reforço da segurança, discussão que propôs durante o primeiro debate presidencial na Band. “Quando falo em reforçar a segurança, não é exagero. Não podemos subestimar do que o ódio é capaz. Na campanha de 2018 usei colete a prova de balas, e termino esta 5ª lamentando o atentado contra Cristina Kirchner, vice-presidente da Argentina. Que Deus olhe por nós”, lamentou em suas redes sociais.

Leo Pericles, presidenciável pela Unidade Popular (UP), também prestou sua solidarização pela vice-presidente da Argentina. “Toda solidariedade a Cristina Kirchner, vice-presidenta da Argentina q sofreu uma tentativa de assassinato essa noite. P/ deter essa escalada fascista, q não respeita leis e democracia, temos q seguir a reação do povo Argentino. Dia 07/09 temos que ocupar as ruas em todo Brasil!”.

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