Foto: Reprodução/Instagram
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Pablo Fracchia é assistente social na Argentina, foi voluntário da Cruz Vermelha e ajuda pessoas vítimas de desastres há cerca de 20 anos, mas o sonho de Pablo sempre foi ser pai. No entanto, por ser solteiro e gay, achou que o sonho jamais se realizaria. “Cresci nos anos 1990, pensar em uma família sendo um homem gay era algo impossível na Argentina”, conta.

Depois de atuar muito em prol da causa LGBTQIA+, Pablo decidiu combater o medo com o desejo de ter um filho e, em 2017, iniciou os processos de preenchimento dos documentos de adoção. Mas foi só dois anos depois, em outubro de 2019, que Pablo recebeu a ligação que mudaria sua vida.

Um juiz de família o avisou que havia uma menina, de apenas 1 ano e 10 meses, que foi abandonada e estava morando em um hospital, precisando de uma família. De acordo com informações do portal Brightside, a família da pequena Mia não conseguia manter os cuidados necessários para cuidar dela, que tinha um problema de saúde. Assim, a deixaram no hospital aos quatro dias de vida.

Processo de adoção

“Na Argentina, o processo de adoção geralmente não é difícil, mas é extremamente longo. O juiz de família é quem escolhe o pai e decide se você pode adotar o filho ou não. Então, no final, tudo se resume na sorte de encontrar um juiz sensível, aberto e inclusivo o suficiente para pensar que um homem solteiro gay pode ser um bom pai para um bebê”, explica Pablo.

Além de ser um homem gay e solteiro, Pablo ainda estava na fila da adoção de Mia com mais quatro casais heterossexuais. Por isso, achou que não teria chances de conseguir a guarda. O assistente social conta que, ao conhecer a menina, a abraçou por muito tempo e escolheu um brinquedo para que brincassem juntos. “Ela meio que acenou para mim para que eu soubesse que ela queria que eu participasse, foi tudo tão natural”, relembra.

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“Fui à entrevista com minha mãe e eles me disseram que iriam me dizer no dia seguinte, sim ou não. Depois fomos comer, realmente com pouca esperança. Mas no meio do almoço o telefone tocou, era o secretário do tribunal. Achei que tinha esquecido um papel, mas ele disse: ‘Você ainda está com sua mãe? Não queremos que você receba a notícia sozinho: esta ligação é para dizer que nós o escolhemos'”, relata Pablo.

Pablo compartilhou o desejo com sua família, e recebeu o apoio e ajuda para conseguir realizá-lo. Duas semanas depois de ser escolhido, Mia já estava confortavelmente instalada em sua casa nova.

Pablo e Mia no natal de 2019 (Foto: Reprodução/Instagram)

Mia e Pablo compartilham seus momentos de amor e felicidade através do Instagram @pablitofrancchia, e mostram que o amor e a família podem ser alcançados independente de sua composição.