Dia 28 de junho é dia do Orgulho e Luta LGBTQIA+ em todo o mundo. Neste dia e em todo o mês de Junho, Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis, Queers, Intersexuais, Assexuais e outros reforçam as ações de conscientização das causas da comunidade há 50 anos.

RAFAEL MORAES

“Dia do Orgulho: Dia que eu renasci para ser eu! Ser alguém que deveria ter me tornado há mais tempo. O Dia do Orgulho, onde pude, com muito orgulho, ser respeitado por quem acabei me tornando”

Onde tudo começou

Na comunidade LGBTQIA+, o dia 28 de junho celebra a Rebelião de Stonewall, marcada na história como um movimento em prol da reivindicação de direitos civis. Em 1969, gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis que frequentavam o bar Stonewall Inn, em Nova York, nos Estados Unidos, se rebelaram contra a repressão preconceituosa da polícia com uma marcha pelas ruas. O movimento foi liderado por Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera.

Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera (Foto: Biscayne/Kim Peterson)
LUCAS CAETANO

“Gosto de pensar no dia internacional do orgulho LGBTQIA+, como um momento de visibilidade, aprendizado e reflexões das conquistas e perdas da comunidade ao longo dos anos. É um momento importante onde muita informação é compartilhada e podemos fazer um balanço, comparando a situação atual com a do ano anterior.”

A primeira Marcha do Orgulho aconteceu em 1970, em Nova York, e desde então outros movimentos surgiram ao redor de todo o mundo, criadas como símbolos de comemoração e afirmação ao orgulho de ser LGBTQIA+. Esses movimentos ganharam mais força ao longo dos anos 1970 e 1980, quando aconteceu a primeira passeada de gays, lésbicas e travestis em São Paulo, contra as constantes operações policiais que reprimiam os grupos.

ALE ROSMANN

“Viver sendo homossexual é uma tarefa difícil, pois todo dia é um dia de luta. Luta porque não é nada fácil você não poder beijar seu namorado em público sem passar despercebido. O que me incomoda sempre são os olhos tortos. Confesso que não é fácil.”

Conquistas

Desde então, a comunidade LGBTQIA+ derrubou diversas barreiras e comemora conquistas significativas, como a criminalização da LGBTQIA+fobia, permissão de adoção de crianças por casais homoafetivos e a garantia da união civil entre pessoas do mesmo gênero em 34 países e a possibilidade de casamento em 28.

“Acho extremamente importante para que a população enxergue que também temos que ser respeitados. Até dentro de casa.”

ALE ROSMANN

No Brasil, de acordo com as Estatísticas de Registro Civil do IBGE, cerca de 28 mil casais homoafetivos oficializaram casamento entre os anos 2013 e 2019.

GABRIELA SAÇA

“A gente tem medo de sair na rua e de não conseguir voltar e é por esse motivo que esse dia é tão importante, pra lembrar que toda forma de amor é livre e linda. Pra poder dar a esperança para todos nós e especialmente para aqueles que não conseguiram ou não podem se assumir e viver um amor lindo com quem ele escolheu. Toda forma de amor vale a pena!”

Ainda assim, há muito pelo que lutar, mesmo depois de mais de 50 anos de “data comemorativa” no mundo. A comunidade LGBTQIA+ ainda busca por acesso ao mercado de trabalho, sobretudo em casos alarmantes de preconceito contra pessoas transexuais. Além disso, a luta se estende contra a extrema violência que atinge os grupos.

“Apenas nós mesmos temos o direito de nos aceitarmos, ninguém tem o direito de dizer que aceita ou não a outra pessoa. Somos seres sociais, vivemos em conjunto e o conjunto é feito a partir da diferença, da diversidade. Exigimos respeito, dignidade, oportunidade e direitos iguais.”

LUCAS CAETANO

Os movimentos também clamam por discussões de gênero e sexualidade nas escolas, em especial sobre o respeito à diversidade. Os direitos LGBTQIA+ são direito humanos.

Políticas Públicas

“Nesse ano, como em todos os outros podemos observar como o Brasil continua assassinando muitas pessoas da comunidade. Travestis são assassinadas todos os dias, jovens se suicidam, são expulsos de casa e são por essas pessoas que temos que trabalhar na conscientização em massa e na conquista de direitos igualitários e protetivos. São raros os casos de pessoas da comunidade LGBTQIA+ que são respeitadas pela família e o momento de se assumir é sempre muito doloroso.”

lucas caetano

A Prefeitura de Jundiaí tem, dentro de seu Núcleo de Articulação das Políticas de Direitos Humanos, a Assessoria de Políticas para Diversidade Sexual. O objetivo é garantir os direitos fundamentais de toda a comunidade LGBTQIA+ através de políticas públicas municipais, implementando estratégias para melhor aceitação e orientação familiar das vítimas de preconceito e supervisionando o atendimento recebido pelos grupos.

Além disso, a Assessoria de Políticas Públicas para a Diversidade Sexual busca criar mecanismos de ampliação da discussão sobre o tema através de palestras, simpósios e conferências.

PÂMELA PALHARIN

“Tenho muito orgulho em ser uma mulher bissexual. Apesar de hoje ser casada com um homem, a primeira vez que me apaixonei por uma mulher foi lindo, o sentimento mais gentil e nobre que tive o prazer de conhecer. Afinal se apaixonar não está relacionado a sexo, mas ao sentimento de amor e respeito pelo próximo e é disso que se trata qualquer relacionamento saudável. Amo ser uma mulher bi e me orgulho em poder compartilhar isso com todos ao meu redor. Viva a diversidade! Viva o amor!”